PREPARO INCONSCIENTE DOS NOSSOS ANTE-PASSADOS II
Os hips entraram em ação pelo mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos da América do Norte e do Sul; as américas tentaram reprimir esse movimento que apregoava o "amor e paz". O Brasil, através das suas Forças Armadas o julgava e o condenava como desordeiro disfarçado; usando uma taxação comunista, para justificar as loucuras das suas repressões; mas, cada vez mais o movimento se avolumava, e perante a sociedade civil, cujo movimento tomava um outro sentido, exatamente, o da liberdade. Só que entre tantas discórdias e controvérsias, não se sabia realmente qual das liberdades ia prevalecer no Brasil.
... Da Espanha, do Chile, de Cuba, e até mesmo da Rússia, como que num mistério sigiloso, chegavam panfletos instrutivos sobre o comunismo, induzindo os já rebeldes da américa do sul; principalmente os revolucionários brasileiros, aos seus regimes. Quando por outro lado, o sangue republicano de um Brasil independente, lutava fortemente pela sua própria liberdade democrática.
E assim se passaram tres décadas, num indesejável regime autoritário militar.
Muitas coisas mudaram, tanto antes como depois de Juscelino Kubitschek de Oliveira, pois enquanto reinou o governo de JK, foi apenas uma trégua entre a modernização e o conservadorismo; muitos filhos deixaram de ouvir regularmente aos pais, e muitas mães se desencabecearam pelo prazer mundano; sem esquecer que nesse meio tempo, um absurdo de pais se entrelouqueceram entre a família, e a sociedade.
Houve momentos em que o Brasil, bem mais parecia com a torre de babel, brasileiros com brasileiros pareciam não falar a mesma língua; pois entre o povo civil e o militar, era como se tivesse voltado a existir o famoso chicote dos antigos engenhos, ou ainda o recente maldito ex-muro de Berlim. O massacre psicológico, rondava constantemente cada ser humano; por isso, cautelosamente alguns do clero e a sociedade civil, começaram a se reorganizar... Homens, mulheres e crianças - adormeciam e despertavam sobressaltados pelo medo, e pela fúria dos mandarins brasileiros.
Ninguém podia confiar em ninguém, e nem ser dono do seu próprio nariz, a sua voz só podia ecoar à distância, depois de coada; o seu olhar tinha que ser triste, como o seu próprio sorriso. Mas, até que enfim, um filho (dos grandes) tinha um pai exilado, e precisava anistiá-lo; então, abriu mão para uma abertura democrática, inesquecível presente - do último general. Mas mesmo assim foi preciso, Minas Gerais doar mais um filho, ao mártirio da pátria.