Microeconomia e Macroeconomia
Objetivos de aprendizagem.
Ao final desse texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
- Definir macroeconomia. Identificar o raciocínio crítico por meio de análises microeconômicas.
- Diferenciar análise conjuntural macroeconômica de análise microeconômica.
Introdução
Esses dois grandes ramos da economia são a microeconomia e a macroeconomia. Enquanto a microeconomia é o ramo da economia que estuda as unidades individuais, a macroeconomia estuda as unidades agregadas. Neste capítulo, você vai estudar sobre essas duas grandes vertentes de análise da economia. Para isso, você vai adquirir noções básicas de ambos os ramos, sabendo diferenciá-los e entendendo-os de maneira conjunta. Isso quer dizer que, apesar da divisão teórica, na prática, microeconomia e macroeconomia se complementam.
Macroeconomia
A macroeconomia é o ramo da ciência econômica que busca estudar a economia como um todo e foca na análise dos agregados econômicos (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). Por exemplo, a macroeconomia analisa a renda nacional, o investimento, o nível geral de preços, a poupança nacional, o consumo, o emprego e o desemprego, o estoque de moeda, a taxa de juros, a taxa de câmbio e o comércio internacional (SANDRONI, 2005). Em outras palavras, a macroeconomia aborda os mercados de maneira global. Nesse ramo, não existe a análise de comportamentos individuais, ou seja, não há a reflexão sobre questões de cunho “micro”. Assim, a macroeconomia busca a “imagem” que mostra o funcionamento da economia em seu conjunto. Logo, o seu propósito é obter uma perspectiva “simplificada” do funcionamento da economia que, porém, permita ao mesmo tempo conhecer e atuar sobre o nível de atividade econômica de um país. Fundamentalmente, a teoria macroeconômica pode ser dividida em quatro grandes categorias: a teoria da renda e do emprego; a teoria do nível geral de preços e da inflação; a teoria da distribuição, relativa a salários e lucros; e a teoria do crescimento econômico.
Dentro da teoria da renda e do emprego, surgem: a teoria da função de consumo, e daí a teoria das flutuações (ou dos ciclos de negócios); e, a teoria do investimento (SANDRONI, 2005). Hoje em dia, os estudos macroeconômicos procuram responder aos seguintes problemas econômicos: como reduzir o desemprego? Como controlar a inflação? Como melhorar a distribuição de renda? Como gerar um crescimento econômico, equilibrado e contínuo? Como reduzir os endividamentos do governo e aumentar os investimentos em infraestrutura? Como melhorar a mobilidade social? Conforme Vasconcellos (2008), na prática, esses são alguns dos problemas econômicos mais recorrentes e que a macroeconomia tem como meta solucionar. Nesse contexto, os objetivos macroeconômicos não são independentes uns dos outros e podem, em diferentes situações, ser conflitantes. Por exemplo, para se ter crescimento econômico, normalmente, a estabilidade de preços é comprometida. Em outras palavras, na macroeconomia, é muito complicado atingir mais de um objetivo ao mesmo tempo. Desse modo, o administrador público (também chamado de policy maker ou “formulador de políticas”) tem que fazer uma escolha quanto à ênfase a ser dada aos diferentes problemas econômicos. Logo, existe o que se chama de trade-off entre os objetivos macroeconômicos. O trade-off nada mais é do que um dilema. Conforme Sandroni (2005), em economia, o trade-off define uma situação de escolha conflitante, isto é, quando uma ação econômica visa a resolução de determinado problema, mas acarreta, inevitavelmente, outros problemas econômicos. Na maioria dos países, é possível prever as escolhas macroeconômicas a partir do conhecimento prévio da orientação ideológica dos policy makers ou “formuladores de políticas” (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013).
Nesse sentido, os problemas macroeconômicos a serem resolvidos estão muito relacionados com a vertente política seguida pelos policy makers ou “formuladores de políticas”. É dessa orientação que surgem alguns dos objetivos macroeconômicos que alimentam algumas das políticas macroeconômicas. Dessa maneira, as políticas macroeconômicas são empregadas pelos governos para influenciar o comportamento dos agregados econômicos. As principais políticas macroeconômicas são: política fiscal, política monetária, política externa e política de rendas. Em geral, as políticas macroeconômicas são constituídas por uma parte real e uma parte monetária, divididas em quatro mercados: o mercado de bens e serviços, o mercado de trabalho, o mercado financeiro (monetário e de títulos) e o mercado cambial (VASCONCELLOS, 2008). Logo, o objetivo do governo é atuar sobre o comportamento dos agregados econômicos reais e monetários. Vejamos cada uma dessas políticas a seguir (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). A política fiscal refere-se a todos os instrumentos com os quais o governo pode arrecadar tributos — a política tributária — e controlar suas despesas — a política de gastos. Em outras palavras, são todas as decisões do governo acerca das receitas e dos gastos públicos. O governo tem três funções econômica a desempenhar: a função alocativa, refere-se ao fornecimento de bens e serviços que o mercado não oferece adequadamente e que o governo assume a função de fornecer, em especial, dos tipos bens e serviços coletivos; a função distributiva refere-se ao papel que o governo tem de retirar renda dos setores mais ricos e transferir para os seguimentos menos favorecidos da sociedade; e a função estabilizadora está relacionada com a intervenção governamental que afeta os níveis de preços e emprego. A política monetária refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito e das taxas de juros. Atualmente, a política monetária é uma das formas mais utilizadas pelos governos para intervir na economia e alcançar as metas macroeconômicas (SANDRONI, 2005). Geralmente, quem executa a política monetária é o Banco Central. A política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e das taxas de juros para que se atinjam os objetivos da política econômica. Em outras palavras, a política monetária pode ser também definida como a atuação das autoridades governamentais, mediante instrumentos de efeito direto e indireto, com o objetivo de controlar a liquidez do sistema econômico. Assim, a política monetária atua diretamente sobre o controle da quantidade de moeda em circulação, visando defender a estabilidade econômica (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). A política externa refere-se às medidas utilizadas pelo governo que influenciam variáveis relacionadas com o setor externo da economia. De acordo com Vasconcellos (2008), a política externa é composta pela política cambial e pela política comercial. Enquanto a política cambial se dedica ao controle do governo sobre a taxa de câmbio (câmbio fixo e/ou flutuante), a política comercial se refere aos instrumentos de incentivo às exportações e/ou estímulos/ desestímulos às importações, sejam fiscais, creditícios, entre outros. Em suma, a política externa afeta diretamente o fluxo internacional de um país — seja do lado real e/ou monetário. Por fim, a política de rendas refere-se aos controles exercidos pelo governo sobre os preços e os salários. A característica especial é a de que, nesses controles, os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam, em resposta a influências do mercado (VASCONCELLOS, 2008). Normalmente, esses controles são utilizados como política de combate à inflação. No Brasil, a política do salário mínimo e a atuação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) são políticas de rendas. Na primeira política, o governo federal legisla o valor mínimo do preço do trabalho, ou seja, o valor mínimo do salário do trabalhador. Já a Conab atua na execução de políticas de preços dos produtos agrícolas.
Os indicadores macroeconômicos são conjuntos de dados estatísticos, passíveis de mudanças e oscilações, capazes de dar uma ideia do estado de uma economia em determinado período ou data. Podem ser chamados também de “indicadores de conjuntura” (SANDRONI, 2005). Entre os indicadores macroeconômicos mais relevantes, estão os referentes a desemprego, oferta de empregos, preços ao consumidor, produção em geral, rendimentos em geral, taxas de juros, empréstimos bancários, endividamento público e privado, movimentos de exportação e importação, balanço de pagamentos, índices de com modities, entre outros. No Brasil, podemos destacar os seguintes indicadores macroeconômicos: Produto Interno Bruto (PIB); Índices de Preços; Índices do Mercado de Trabalho; Balanço de Pagamentos; Contas Nacionais; Base Monetária; Risco-País ou Risco Soberano; Reservas Internacionais; e Índices de Commodities. Esses indicadores macroeconômicos buscam explicar a economia brasileira como um todo.
O raciocínio crítico por meio de análises microeconômicas
A microeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento das unidades individuais, tais como os consumidores, as empresas, os proprietários de fatores de produção e os governos. Portanto, a microeconomia se refere à forma como as unidades individuais que compõem a economia — consumidores privados, empresas, trabalhadores, produtores de bens e serviços, etc. — agem e reagem umas sobre as outras (SANDRONI, 2005). Assim, a microeconomia preocupa-se em estudar como e por que os agentes econômicos capitalistas agem de determinadas formas. Dentre inúmeras perguntas, a microeconomia procura respostas para as seguintes questões: o que determina o preço dos bens e serviços em uma economia? O que determina o quanto cada mercadoria será produzida? O que determina a maneira pela qual uma família gasta a sua renda? O raciocínio crítico da microeconomia não tem seu foco na empresa, e não deve ser confundida com a administração, mas no mercado, no qual as empresas e consumidores interagem, analisando os fatores econômicos que determinam o comportamento da demanda (consumidores) e o da oferta (produtores). Fundamentalmente, a análise microeconômica pode ser dividida em cinco grandes categorias:
- a teoria da demanda/procura;
- a teoria da oferta;
- a análise das estruturas de mercado;
- a teoria do equilíbrio geral e do bem-estar;
e - as imperfeições de mercado (as externalidades, os bens públicos e as informações assimétricas).
Dentro da teoria da demanda/procura, aparecem: a teoria do consumidor (que é a demanda individual); e a demanda de mercado. Já na teoria da oferta, surgem: a oferta individual, com a teoria da produção e a teoria dos custos da produção; e, a oferta de mercado. Por fim, na análise das estruturas de mercado, temos: a análise do mercado de bens e serviços; e, a análise do mercado de insumos e de fatores de produção (SANDRONI, 2005). Nesse contexto, a análise microeconômica acontece em dois mercados: o de bens e serviços e o dos serviços dos fatores de produção (terra, trabalho e capital). Na prática, é da relação entre a demanda e a oferta nos dois mercados que surge a preocupação fundamental da microeconomia: a formação dos preços. É por isso que a microeconomia pode ser chamada também de “teoria de preços”. Já para Pindyck e Rubinfeld (1999), a microeconomia se assenta em dois grandes grupos: compradores (demandantes) e vendedores (ofertantes). É a partir da interação desses dois grupos que surgem os mercados. Nesse sentido, o mercado é um grupo de compradores e vendedores que, por meio de suas reais ou potenciais interações, determina o preço de um produto ou um conjunto de produtos. É importante notar que o mercado não é a mesma coisa que indústria: a indústria é um conjunto de empresas que vendem o mesmo produto ou produtos correlatos. Em resumo, a teoria microeconômica se assenta em três pilares: a demanda, a oferta e o mercado. Na demanda, a teoria do consumidor é uma peça fundamental da chamada Teoria Econômica Neoclássica.
Para Carrera-Fernandez (2009), a teoria do consumidor talvez seja a mais importante dentre todas as teorias econômicas da microeconomia, embora seja uma teoria muito criticada por causa de seus postulados teóricos de comportamento. Uma parte da teoria microeconômica se dedica a explicar e prever os comportamentos da oferta, a partir da compreensão do funcionamento da firma, em especial, no que se refere a produção, custos e lucro. Segundo Vasconcellos (2008, p. 109), a teoria da firma trata justamente “do problema da produção, dos custos de produção e dos rendimentos (lucros) da firma”. Logo, a teoria da firma pode ser dividida em teoria da produção, teoria dos custos e teoria do lucro. Além disso, a microeconomia se dedica ao estudo dos tipos de estruturas de mercado, ou seja, à forma como os mercados se estruturam do ponto de vista econômico. É importante lembrar que as firmas e a competição entre elas acontecem nos mercados. Pelo menos, seis tipos de mercados são relevantes: concorrência perfeita; concorrência monopolista; monopólio; oligopólio; monopsônio; oligopsônio (SANDRONI, 2005; VASCONCELLOS, 2008).
Exemplo:
Na economia real, existem inúmeros exemplos das estruturas de mercado. Algumas estruturas de mercado são mais predominantes do que outras e, logo, são mais fáceis de serem visualizadas. O exemplo mais clássico de concorrência perfeita é a feira livre, em que inúmeros vendedores, “barraquinhas”, comercializam o mesmo produto, em geral, produtos agrícolas in natura. Em outras palavras, são muitos vendedores que comercializam produtos homogêneos. Já o caso da concorrência monopolista apresenta vários exemplos na realidade concreta. Talvez essa seja a estrutura de mercado em que é possível encontrar o maior número de exemplos reais. Dois casos ilustram muito bem essa estrutura de mercado. Primeiro, o exemplo dos salões de beleza é o mais evidente dessa estrutura. Existem inúmeros salões de beleza em qualquer cidade, mas cada salão de beleza faz uso de serviços quase que “exclusivos” em termos de execução. Para entender melhor: imagine que existem muitos salões de beleza para cortar o cabelo, mas cada um corta de uma maneira diferente, sendo quase que um monopólio no que realiza. Um segundo exemplo são as padarias: todas produzem pães e produtos de panificação, mas cada uma (das padarias) tem o seu sabor específico e a sua qualidade peculiar. No monopólio, são comuns os casos relativos ao fornecimento de serviços considerados de natureza pública. Por exemplo, o fornecimento de água e esgoto, de energia elétrica, de telecomunicações, de estradas ou vias públicas, entre outros. Já os exemplos de oligopólio são comuns em grande parte dos setores contemporâneos, especialmente, os setores industriais mais complexos. Isso inclui, por exemplo, a indústria automobilística, a indústria farmacêutica, a indústria de tecnologia da informação, a indústria aeronáutica, entre outros. Ou seja, são exemplos em que existem apenas poucas firmas ou poucos big players (grandes participantes) no mercado produtor. Por fim, tanto o monopsônio quanto o oligopsônio apresentam exemplos nos setores de matérias-primas estratégicas, como, por exemplo, o petróleo, os minérios, a energia, etc. No Brasil, um exemplo de monopsônio são as usinas de energia solar, que são obrigadas a vender a energia para um único distribuidor elétrico. Já um exemplo de oligopsônio são os pequenos/médios exploradores de petróleo, que, em alguns países, são obrigados a vender os barris de óleo para poucas refinarias de petróleo.
O estudo crítico da microeconomia caracteriza-se por, pelo menos, quatro axiomas ou princípios teóricos que servem de base para todas as cinco grandes categorias apresentadas anteriormente. Em outras palavras, tratam-se de características que permeiam todas as análises microeconômicas, a saber: análise dedutiva ou teórica, condição coeteris paribus, análise estático-comparativa e visão positiva/científica. Análise dedutiva ou teórica: a microeconomia caracteriza-se como um ramo da economia de natureza dedutiva ou teórica. Esse caráter dedutivo é decorrência da complexidade e do entrelaçamento de influências que subjazem às situações reais que são objeto de estudo. Ou seja, a análise microeconômica trabalha com muitas variáveis que não podem ser observadas ou mensuradas. É o caso, por exemplo, do grau de utilidade de que os consumidores desfrutam ao dispor de certos bens ou serviços. Logo, a microeconomia lança mão de modelos teóricos, ou seja, de construções teóricas compostas por uma série de hipóteses, a partir das quais as conclusões são elaboradas. Assim sendo, a partir da situação do mundo real, são selecionadas as variáveis mais significativas do fenômeno que se estuda, permitindo que a complexidade do mundo seja teoricamente manipulável (SANDRONI, 2005). Condição coeteris paribus: o estudo da microeconomia se baseia muito na condição coeteris paribus, expressão em latim que significa “tudo o mais permanecendo constante”. Assim, a análise microeconômica, para poder analisar um mercado isoladamente, supõe todos os demais mercados constantes. Ou seja, supõe que o mercado em estudo não afeta nem é afetado pelos demais. Por exemplo, ao se adotar essa condição, verifica-se como a demanda — ou até mesmo a oferta — é influenciada pelo preço, permanecendo os demais fatores (hábitos, renda, entre outros) constantes (VASCONCELLOS, 2008). Essa condição coeteris paribus pode ser chamada, também, de “análise de equilíbrio parcial”. Análise estático-comparativa: a microeconomia tende a confrontar duas ou mais situações de equilíbrio, sem se preocupar com o período intermediário entre essas situações inicial e final. De acordo com Carrera-Fernandez (2009), a análise estático-comparativa é a técnica que analisa as consequências de variações nos parâmetros econômicos da demanda e da oferta sobre o equilíbrio de mercado. Visão positiva/científica: a microeconomia se enquadra dentro do ramo da ciência positiva. Isso implica a ausência de juízo de valor ou conotação ética nas teorias microeconômicas, que se mantêm exclusivamente descritivas (CARRERA-FERNANDEZ, 2009; SANDRONI, 2005).
Fique Atento
A ideia de que os consumidores estão “sempre buscando o máximo com o mínimo de esforço” é a lei do interesse pessoal ou princípio hedonístico.
O hedonismo deriva do grego hedone, que significa prazer. Na economia, foi um princípio introduzido por John Stuart Mill em que cada um dos indivíduos procura o bem e a riqueza e evita o mal e a miséria. Logo, o bem e a riqueza são tratados como valores superiores, alinhados ao critério quantitativo da aritmética dos prazeres. Em suma, é a doutrina que considera o prazer como a essência da felicidade e como suprema norma moral.
Análise conjuntural macroeconômica e análise microeconômica
divisão da economia em dois grandes ramos, microeconomia e macroeconomia, apareceu no início da década de 1930. É importante destacar que, antes do início do século XX, a economia “, era uma ciência exclusivamente microeconômica” (SANDRONI, 2005, p. 388-389). Enquanto a microeconomia preocupa-se mais com uma análise parcial, a macroeconomia foca nos grandes agregados econômicos dentro de uma análise global. Apesar de a macroeconomia estudar o comportamento dos agregados econômicos, isso não quer dizer que a análise macroeconômica esteja isolada da análise microeconomia (que estuda a economia dos indivíduos e das empresas). A separação da análise econômica em macroeconomia e em microeconomia serve somente para fins didáticos, porque, na prática, ambas as perspectivas andam juntas e se retroalimentam no seu funcionamento (SANDRONI, 2005). A macroeconomia e a microeconomia se diferenciam apenas de acordo com o nível de agregação das variáveis econômicas (KISHTAINY, 2013). Alguns autores descrevem que a macroeconomia usa um “binóculo” para entender as relações econômicas, enquanto a microeconomia faz uso de várias “lupas” para analisar a economia ou apresenta uma perspectiva “microscópica” dos fenômenos econômicos, ou seja, uma análise parcial dos fenômenos econômicos. Apesar de esses dois grandes ramos da economia caminharem por canais distintos, a separação entre eles é muito frágil, pois os fenômenos econômicos requerem o inter-relacionamento das teorias que se inserem em ambos os ramos. A macroeconomia ocupa-se, fundamentalmente, com questões conjunturais, de curto e médio prazo, como, por exemplo, a inflação, o desemprego e o nível de renda nacional. As questões estruturais ainda são abordadas pela macroeconomia, mas pela “macroeconomia do desenvolvimento”, que está preocupada com a economia no longo prazo. Ou seja, são os problemas macroeconômicos que produzem desequilíbrios no sistema econômico, no curto e no médio prazo. A microeconomia analisa, basicamente, questões comportamentais, de curto, médio e longo prazo, como, por exemplo, o comportamento dos compradores (consumidores) e as decisões de produção das firmas. As análises da microeconomia buscam elaborar padrões econômicos comportamentais acerca dos movimentos de compra, venda e organização do mercado. Esses padrões são modelados graficamente, buscando, de maneira racional, explicar como os principais agentes econômicos se comportam.
or exemplo, no mercado financeiro, a relação entre a análise microeconômica e a macroeconômica é bastante controversa. Em várias situações, pode haver algum desacordo entre investidores fundamentalistas, particularmente focados no valor, e investidores técnicos sobre o papel apropriado da análise econômica, mas é mais provável que a microeconomia afete uma proposta de investimento individual. Porém, a visão macroeconômica apresenta as circunstâncias do ecossistema econômico, que afetam em nível geral todos os governos e negócios nacionais e/ou internacionais.
Referências:
CARRERA-FERNANDEZ, J. Curso básico de microeconomia. 3. ed. Salvador: EDUFBA, 2009. DORNBUSCH, R.; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. KISHTAINY, N. (Ed.). O livro da economia. São Paulo: Globo, 2013. PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 4. ed. São Paulo: Makron Books,1999. SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2005. VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Leitura recomendada:
IANNA, S. T. W.; BRUNO, M. A. P.; MODENESI, A. M. Macroeconomia para o desenvolvimento: uma agenda de pesquisa. Ipea: Texto para Discussão, Rio de Janeiro, n. 1677, dez. 2011.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição. Você encontra a obra na íntegra.
O irmão messias agradece a sua visita.