JOÃO
BATISTA O PRECURSOR DO MESSIAS
INTRODUÇÃO.
Quando Deus enviou João Batista para exercer o seu ministério, as condições
espirituais do povo de Israel estavam em rápido declínio. Com a centralização
de poder por parte dos sacerdotes, as normas de Deus foram desvirtuadas,
desobedecidas e as coisas santas foram profanadas. As exigências da sociedade e
as de Deus se achavam em constante conflito. O sacerdócio tornava-se mais e
mais corrupto. A cobiça das riquezas e o amor do luxo e da ostentação
propagavam-se gradualmente, enquanto que os prazeres sensuais, banquetes e
bebidas causavam degeneração física e espiritual, insensibilizando o povo ao
pecado.
Além disso, a nação de Israel achava-se em estado de excitação e
descontentamento como conseqüência da tirania e extorsão por parte de Roma.
João Batista tinha a incumbência de denunciar a corrupção nacional e repreender
os pecados dominantes. Ele dirigia suas advertências contra os líderes
religiosos de Israel, notadamente contra os fariseus e saduceus (Mateus 3:7).
Declarava ele que seu orgulho, egoísmo e crueldade demonstravam serem eles uma
raça de víboras, uma terrível maldição para o povo. De acordo com as palavras
do profeta Isaías, ele seria a voz que clamaria no deserto:
“Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor; endireitai no
ermo uma estrada para o nosso Deus.” Isaías 40:3.
Nos quatro evangelhos esta profecia tem sido destacada, associando-a ao
mensageiro João Batista:
“Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no
deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” Mateus 3:3
“Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis que envio ante a tua face o Meu
mensageiro, que há de preparar o teu caminho; voz do que clama no deserto:
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” Marcos 1:2 e 3.
“E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de
arrependimento para remissão de pecados; como está escrito no livro das
palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do
Senhor; endireitai as suas veredas.” Lucas 3:3 e 4.
“Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto. Endireitai o caminho do
Senhor, como disse o profeta Isaías.” João 1:23.
II – O ANJO GABRIEL ANUNCIA O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA
Durante o reinado de Herodes, o Grande, vivia na região montanhosa da Judéia um
idoso sacerdote de nome Zacarias, da ordem sacerdotal de Abias e sua esposa
Isabel, pertencente à família de Arão, descendente, pois, de uma linhagem de
sacerdotes. Não se sabe ao certo em que cidade da Judéia morava o casal
Zacarias e Isabel, mas acredita-se que ela ficava 140 quilômetros ao sul de
Nazaré. Com relação a Zacarias e Isabel, diz o relato bíblico que “ambos eram
justos diante de Deus, andando irrepreensíveis em todos os mandamentos e preceitos
do Senhor.” Lucas 1:6.
Zacarias dirigiu-se a Jerusalém para ministrar os serviços sacerdotais segundo
a ordem da sua turma, que era de Abias. A definição da ordem de cada turma foi
feita pelo profeta Davi, quando dividiu o ano sagrado dos hebreus em 24 turnos
ou quinzenas. Assim, foram escolhidos os maiorais de cada turma para dirigirem
os serviços do santuário. Por ser quinzenal, duas turmas exerciam suas
atividades no santuário em cada mês do calendário. O registro bíblico das
primeiras 24 turmas encontra-se em I Crônicas 24:
“E Davi os repartiu, como também a Zadoque, dos filhos de Eleazar, e a
Aimeleque, dos filhos de Itamar, segundo o seu ofício no seu ministério. ...E
os repartiram por sortes, uns com os outros; porque houve maiorais do santuário
e maiorais da Casa de Deus, assim dentre os filhos de Eleazar, como dentre os
filhos Itamar. ...E saiu a primeira sorte a Jeoiaribe, a segunda a Jedaias;
...a sétima a Hacoz; a oitava a Abias; ...a vigésima terceira a Delaías; a
vigésima quarta a Maazias.” I Crônicas 24:3, 5, 7, 10 e 18.
Deve-se observar que a oitava quinzena, dentro do ano sagrado dos hebreus,
cabia ao turno de Abias. Esta quinzena correspondia à segunda metade do mês de
Tamuz (quarto mês do calendário hebraico), que corresponde ao mês de julho, com
base no calendário gregoriano, atualmente em vigor no mundo inteiro. O
sacerdote Zacarias, pai de João Batista fazia parte da turma de Abias e a
Palavra de Deus nos relata que nesta quinzena ele cumpriu os serviços
sacerdotais no templo na ordem da sua turma:
“Ora, estando ele a exercer as funções sacerdotais perante Deus, na ordem da
sua turma, segundo o costume do sacerdócio, coube-lhe por sorte entrar no
santuário do Senhor, para oferecer o incenso.” Lucas 1:8 e 9.
Enquanto ele exercia as suas funções no templo, apareceu-lhe o anjo Gabriel da
parte de Deus, avisando-o que sua esposa Isabel iria ter um filho e que se
chamaria João:
”Então, um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do
incenso. E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe
disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua
mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João.” Lucas 1:11-13.
Por ter duvidado da palavra de Deus, transmitida pelo anjo, Zacarias ficou mudo
e só voltou a falar depois do nascimento da criança:
“Disse então Zacarias ao anjo: como terei certeza disso? Pois eu sou velho, e
minha mulher também está avançada em idade. Ao que lhe respondeu o anjo: Eu sou
Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para te falar e te dar estas
boas novas; e eis que ficarás mudo, e não poderás falar até o dia em estas
coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo hão
de cumprir-se.” Lucas 1:18-20.
Há de se destacar que o nascimento de João Batista foi um caso invulgar. Com
base nos registros do evangelista Lucas, os pais de João Batista não tinham
filhos, “porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.” Lucas
1:7.
Casos idênticos ocorreram com algumas figuras notáveis do Antigo Testamento,
tais como Isaque (Gênesis 25:21), Sansão (Juízes 13:1-5) e Samuel (I Samuel
1:1-20), todos nascidos de mães consideradas estéreis.
Diz o relato bíblico que Zacarias voltou para casa, após terminar seus
trabalhos no templo e só então a sua esposa concebeu:
“Sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para casa. Passados
esses dias, Isabel, sua mulher, concebeu e ocultou-se por cinco meses,...”
Lucas 1:23-24.
De acordo com esses dados, Isabel concebe no final do quarto mês do calendário
hebraico (Tamuz).
No sexto mês de gestação de Isabel (décimo mês do calendário hebraico –
Tebete), que corresponde ao mês de janeiro, segundo o nosso calendário
gregoriano, o mesmo anjo Gabriel, comunica este fato a Maria, e lhe anuncia que
ela conceberia e daria à luz um filho, ao qual poria o nome de Jesus (Lucas
1:31). João Batista, portanto, era 6 meses mais velho que Jesus. Diz o relato
bíblico que “naqueles dias levantou-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa,
a uma cidade de Judá, entrou em casa de Zacarias e saudou a Isabel. ...e Maria
ficou com ela cerca de três meses; e depois voltou para sua casa. ...Ora,
completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho.” Lucas 1:39,
40, 56 e 57.
Completados para Isabel os nove meses de gestação, nasceu João Batista. Seu
nascimento ocorreu em fins do primeiro mês do calendário hebraico (Nisã ou
Abib), que corresponde ao mês de abril, com base no calendário gregoriano,
atualmente em vigor. Mais tarde, depois do nascimento de João Batista, mais
precisamente quando se completaram os oito dias para o ritual da circuncisão do
menino, era costume anunciar o nome que se queria dar à criança. Não foi
pequeno o alvoroço dos vizinhos e parentes presentes, quando Isabel declarou
que o recém-nascido se chamaria João. A escolha pareceu incomum, pois,
contrariamente aos costumes, esse era um nome estranho à família de Zacarias:
“Ao que lhe disseram: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome. E
perguntaram por acenos ao pai como queria que se chamasse. E pedindo ele uma
tabuinha, escreveu: Seu nome é João. E todos se admiraram.” Lucas 1:61-63.
Todos ficaram em alvoroço, e a confusão ainda aumentou quando, após tanto tempo
em silêncio, Zacarias, de repente, abriu a boca e começou a louvar o Senhor em
alto e bom som.
Zacarias, o velho genitor, anuncia que aquele filho recém-nascido, “será
chamado profeta do Altíssimo” Lucas 1:76. Ele cumpriria uma profecia dada por
Deus ao profeta Isaías (Isaías 40:3) e ao profeta Malaquias (Malaquias 3:1).
III – O MINISTÉRIO DO PROFETA JOÃO BATISTA
Deus chamara o filho de Zacarias para uma grande obra. As escrituras Sagradas
relatam que “o menino crescia, e se robustecia em espírito; e habitava nos
desertos até o dia da sua manifestação a Israel.” Lucas 1:80. Esse mensageiro
tinha que ser santo, por isso, antes do seu nascimento o anjo dissera a
Zacarias que ele “será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida
forte, e será cheio do Espírito Santo.” Lucas 1:15. Eram condições
indispensáveis para cumprimento de sua missão, pois ele foi chamado para
exercer o sacerdócio de Deus. Seu papel seria semelhante ao dos profetas do
Antigo Testamento, incumbidos por Deus a encorajar o povo a converter-se de seu
mau caminho e voltar-se para Deus.
Ele não foi educado nas escolas dos rabis e nem foi enviado às escolas de
teologia para aprender a interpretar as Escrituras. Deus chamou-o ao deserto,
para ali aprender acerca da natureza e foi ali que ele se preparou para exercer
a sua missão de “converter muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus e ir
adiante dEle no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais
aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o
Senhor um povo apercebido.” Lucas 1:16 e 17. Ele foi comparado ao destemido
profeta Elias, que em seu ministério confrontou governantes ímpios e líderes
religiosos pagãos. Inclusive nas maneiras e no vestuário, assemelhava-se ao
profeta Elias:
“Ora, João usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de
seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.” Mateus 3:4.
(Comparar com II Reis 1:8).
João Batista pregava a verdade e apresentava ao povo os mandamentos de Deus,
sem jamais temer os homens e sem jamais temer a opinião popular. A verdade é
que Deus não manda mensageiros para lisonjear o pecador. João Batista não
transigiu com a sua consciência, nem perverteu os ensinamentos de Deus para
conseguir posição social ou proteção. Ele percorreu toda a circunvizinhança do
Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados (Lucas
3:3) e cumprindo o que está escrito no livro do profeta Isaías (Isaías 40:3-5).
Ele anelava despertar o seu povo para uma vida mais santa.
João Batista enfrentou os líderes religiosos, entre os quais os saduceus e
fariseus, chamando-os de “raça de víboras”. A esses líderes, ele deu a seguinte
mensagem:
“Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura? Produzi, pois
frutos dignos de arrependimento, e não queirais dizer dentro de vós mesmos:
Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode
suscitar filhos a Abraão; E já está posto o machado à raiz das árvores; toda
árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.” Mateus
3:7-10.
Entre as multidões que se haviam congregado em torno dele no Jordão, houve um
que se destacou e o procurou para ser batizado. Tratava-se de Jesus, o Filho de
Deus. Quando Jesus pediu o batismo, João Batista inicialmente recusou, por
reconhecer sua própria pecaminosidade e a condição justa de Jesus. Ele
exclamou: “Eu é que preciso ser batizado por Ti, e Tu vens a mim?” Mateus 3:14.
Mas Jesus insistiu e prometeu a João um sinal que iria identificar o Filho de
Deus. Quando Jesus foi batizado, cumpriu-se o sinal: João viu o Espírito de
Deus sendo derramado sobre Jesus e ouviu a voz do próprio Deus declarar que
Jesus era Seu Filho (Mateus 3:17; Marcos 1:11; Lucas 3:22; João 1:34). Após ser
batizado, esteve Jesus no deserto por cerca de 40 dias. Ao retornar, Jesus teve
um encontro com João Batista em Betânia, da outra banda do Jordão. Nesta
oportunidade João Batista apresentou Jesus aos que estavam com ele e
disse-lhes: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” João 1:29. No dia
seguinte, naquele mesmo local, acompanhado por dois de seus discípulos, João
Batista viu Jesus passar por ali. Fixando atentamente seus olhos para Ele,
disse: “Vejam! Aí está o Cordeiro de Deus!” João 1:36.
Enquanto os discípulos de Jesus batizavam na região da Judéia, João Batista
continuou seu ministério de forma independente, realizando batismos em Enom,
próximo de Salim (João 3:22 e 23). Quando chegou a João a notícia de que Jesus
estava fazendo muitos discípulos, João não ficou com ciúmes, mas replicou: “Vós
mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado
adiante dEle. ...É necessário que Ele cresça e que eu diminua.” João 3:28 e 30.
IV – A PRISÃO E MORTE DE JOÃO BATISTA
João Batista exerceu grande parte do seu ministério no território leste do rio
Jordão, região que se achava sob o domínio do rei Herodes Antipas, o qual era
edomita (descendente de Esaú). O rei Herodes Antipas, embora obedecesse a
algumas doutrinas do judaísmo, recebeu de Roma vários benefícios, entre os
quais a cidadania romana, isenção de tributos e o cargo de tetrarca, sendo a
sua parte a Galiléia e Peréia. Ele provocou escândalo ao divorciar-se de sua
primeira esposa, a filha do rei nabateu Aretas IV, e casar-se com Herodíades, a
esposa de seu meio irmão Herodes Filipe. Isto lhe custou uma represália por
parte do rei nabateu Aretas IV, que, para vingar a filha, atacou-o e derrotou-o
anos mais tarde.
Em suas exortações, João Batista repreendeu o tetrarca Herodes Antipas por
todas as maldades que havia feito e por causa do seu novo casamento com
Herodíades, denunciando esta união como ilegítima. Ele disse ao tetrarca: “Não
te é lícito ter a mulher de teu irmão.” Marcos 6:18. Como prosélito, o tetrarca
Herodes Antipas estava sujeito à lei judaica, que estabelecia claramente: “Se
um homem tomar a mulher de seu irmão, é imundícia; ...” Levítico 20:21. A
acusação de João Batista irritou especialmente a Herodíades, que influenciou
Antipas a colocar o mensageiro de Deus na prisão. Diz o relato bíblico que “Herodíades
lhe guardava rancor e queria matá-lo, mas não podia; porque Herodes temia a
João, sabendo que era varão justo e santo, e o guardava em segurança; e ao
ouvi-lo, ficava muito perplexo, contudo de boa mente o escutava.” Marcos 6:19 e
20.
Quando João Batista esteve preso, soube das obras poderosas realizadas por
Jesus. Desejando a comprovação disso do próprio Jesus, mandou dois de seus
discípulos para perguntar a Jesus: “És tu aquele que havia de vir, ou havemos
de esperar outro?” Lucas 7:20. Os discípulos de João encontraram Jesus no exato
momento em que Ele estava curando muitas pessoas de diversas doenças, inclusive
devolvendo a vista aos cegos. Quando eles fizeram a pergunta, Jesus lhes
respondeu: “Ide, e contai a João o que tendes visto e ouvido; os cegos vêem, os
coxos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são
ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.” Lucas 7:22. Depois que os
discípulos de João foram embora, Jesus dirigiu-se à multidão e disse: “Dentre
os nascidos de mulher, não há maior do que João; ...” Lucas 7:28.
Algum tempo depois, Herodíades deu vazão ao seu rancor contra João. Durante a
celebração do aniversário natalício de Herodes, a filha de Herodíades agradou a
Herodes com sua dança, no que ele jurou dar-lhe tudo o que pedisse. Instigada
pela mãe, que odiava João pelas acusações feitas a ela, a moça pediu a cabeça
de João Batista. Herodes, em consideração a seu juramento e às pessoas
presentes, concedeu-lhe este pedido. João foi decapitado na prisão e a cabeça
dele foi entregue numa travessa à moça, que a levou à sua mãe (Mateus 14:6-11;
Marcos 6:21-28).
Os discípulos de João Batista vieram e removeram o seu corpo e o sepultaram,
relatando este assunto a Jesus (Mateus 14:12)
V - CONCLUSÃO
A missão de João Batista como precursor do prometido Messias foi plenamente
reconhecida e teve amplo destaque nos escritos do Novo Testamento. João Batista
foi descrito por Jesus como “muito mais do que profeta” (Mateus 11:9).
Jesus Cristo também confirmou aos Seus discípulos que a vinda de João Batista
se dera em cumprimento da profecia de Malaquias 3:1:
“Este é aquele de quem está escrito: eis aí envio eu ante a tua face o meu
mensageiro, que há de preparar adiante de ti o teu caminho.” Mateus 11:10 (ver
também Lucas 7:27).
Um anjo enviado da parte de Deus resumiu a obra que seria realizada por João
Batista, em cumprimento da profecia de Malaquias 4:5 e 6:
“Irá adiante do Senhor no espírito e virtude de Elias, para converter os
corações dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos
e habilitar para o Senhor um povo preparado.” Lucas 1:17.
Em muitos aspectos João Batista foi semelhante ao destemido profeta Elias. A
fim de preparar um povo para o primeiro advento de Cristo, Deus enviou João
Batista para andar “no espírito e virtude de Elias” (Lucas 1:16 e 17). É neste
sentido, e neste só, foi ele o Elias, conforme anunciado pelo profeta
Malaquias: “Eis que Eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande
e terrível do Senhor.” Malaquias 4:5. O mestre Jesus havia dito que João
Batista cumpriu esta profecia (ver Mateus 11:14 e 17:10-13). Todavia, esse
grande e terrível dia, conforme está descrito na mesma profecia de Malaquias
4:5, cumprir-se-á novamente no futuro próximo, porém, em toda a sua plenitude.
É preciso analisar todo o seu contexto.
A mensagem de João foi clara, precisa e ela resultou em genuína operação de
arrependimento e reforma nos corações daqueles que por ele foram batizados
(Mateus 3:1-8). Ele não se corrompeu para conseguir proteção. O seu propósito
era obedecer a Deus e permanecer leal a toda a verdade. Cristo tem declarado
que João Batista não era uma cana agitada pelo vento (ver Mateus 11:7 e Lucas
7:24). É uma referência ao caráter justo de João e principalmente ao fato de
ele ter sido um pregador que não transigia com o erro. O verdadeiro povo de
Deus também não hesitará fazer suas escolhas entre o certo e o errado.
Irmão messias