terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUEM SÃO OS FILHOS DE ABRAÃO?
(Há um esclarecimento bíblico sobre a               descendência árabe).


Os muçulmanos, com aproximadamente 1,3 bilhões de adeptos, são encontrados em centenas de grupos étnicos diferentes ao redor do mundo e, possivelmente, três quarto das pessoas do mundo muçulmano não possuem antecedentes árabes. Contudo, o estilo de vida e cultura árabe de Maomé influenciou profundamente o islamismo.

A herança bíblica árabe é geralmente esquecida ou desconhecida por muitos. Talvez saibamos que Ismael se tornou um príncipe árabe e o fundador de muitas tribos árabes, porém, nosso conhecimento sobre a herança bíblica árabe é superficial.

Abraão é o pai de todos os que creem. De acordo com as promessas de Deus, cada um é bendito ou maldito,

dependendo da sua relação com o pai da fé. Ao longo da história, cristãos, judeus e muçulmanos buscam ostentar seu vínculo com o pai da fé.

A Bíblia é a única Biblioteca Sagrada aonde nós, os cristãos, examinamos as Escrituras Sagradas; portanto, ela é uma grande fonte de informações a respeito das genealogias árabes, também. Os árabes são um povo semita (descendentes de Sem), tanto quanto os judeus (Gênesis 10.21-32).

Segundo algumas fontes de pesquisa, existem, no mínimo, três tipos de árabes no Oriente Médio: os jotanianos (da linhagem de Jotão, filho de Gideão), os ismaelitas (da união de Abraão com Hagar) e os queturaítas (da união de Abraão com Quetura).
Todos querem pertencer à família de Abraão.

Mas todos os árabes são descendentes de Ismael?

E quem são os verdadeiros filhos de Abraão?
    
Os árabes que afirmam ser descendentes de Abraão por meio de Ismael também estão incluídos nas promessas de bênçãos?

Vamos ver e ouvir o que a Bíblia diz.

A família de Abraão:
Não podemos subestimar a importância de Abraão para as três grandes religiões monoteístas do mundo. Jesus era chamado “filho de Davi, filho de Abraão” (Mateus 1.1).

O Alcorão menciona Maomé como alguém achegado a Abraão (Surata 3.68).

Deus chamou Abraão para sair de sua terra, dos seus parentes e dos seus pais, para uma terra que ele não tinha ideia de onde seria. E o prêmio da obediência, as bênçãos, seria endereçado a ele e a todas as nações da terra (Gênesis  12.1-3). A bênção ou a maldição dos povos dependia da posição que Abraão tomasse. A porta da restauração da humanidade perdida foi aberta com o “sim” dado pelo profeta a Deus.
Foi difícil para Abraão meditar sobre a bênção aos seus descendentes, visto que ele e sua esposa estavam idosos e, aos do patriarca, a possibilidade de ter um filho tinha se esgotado. Deus disse que seu filho seria o herdeiro, porém, a paciência de Sara se esgotou primeiro e, “tentando ajudar a Deus”, pediu a Abraão para tomar a serva egípcia Hagar para que a descendência de Abraão fosse iniciada (Gênesis 16.2). Abraão, que tinha 86 anos de idade, teve um momento de fraqueza, chegando a ponto de concordar que realmente deveria “fazer alguma coisa” para que a promessa de Deus se cumprisse.

Obviamente, esse “não” era o caminho que Deus planejara para dar uma descendência numerosa a Abraão. Imediatamente, começaram os problemas. Sara, a legítima esposa, passou a ser desprezada aos olhos de sua serva Hagar quando esta constatou a gravidez. Sara, então, culpa Abraão, que se isenta da responsabilidade deixando a escrava nas mãos de sua esposa que, por sua vez, maltrata tanto a escrava que Hagar decide fugir para o deserto com o filho.

Com a fuga da escrava, parecia que a história tinha se encerrado, mas Deus não abandonaria Hagar. Ele a amava e também a seu filho.

O amor de Deus socorre Hagar no deserto. Um anjo é enviado para ajudá-la e convencê-la a voltar para as tendas de Abraão. Deus dá um nome para o filho da escrava: Ismael, que significa “Deus ouve”. Realmente, Deus ouviu o choro de Hagar!

A escrava obedeceu a Deus e voltou para sua senhora, permitindo que Abraão vivesse ao lado de Ismael. Enquanto o menino crescia, Abraão se alegrava, crendo que a promessa de Deus se cumpriria por intermédio daquele menino, porém, a surpresa bateu à porta daquela família.

O filho da promessa ainda estava por vir e não seria filho de uma escrava, mas da própria Sara, ainda que, fisiologicamente, fosse algo impossível.

Deus não tinha se esquecido da promessa.

Nasceu Isaque e, agora, Ismael tinha um rival. Apesar de Isaque ser o filho prometido, isso não diminuía a tremenda bênção sobre Ismael.

Ismael deveria ser abençoado, ser frutífero, multiplicar-se, não apenas de maneira normal, mas, “extraordinariamente”.
Ele seria pai de doze príncipes e não se tornaria apenas uma nação, mas, “uma grande nação”.

A descendência de Ismael.

Assim como houve doze patriarcas em Israel e doze filhos de Naor (Gênesis  22.20), assim também Ismael, considerado por muitos, o patriarca dos árabes, gerou doze príncipes árabes.

Uma característica marcante na vida de Ismael era que ele seria como um “homem bravo”, “jumento selvagem”. Gênesis  16.12.
                       
Ismael haveria de ser forte, selvagem e livre, e de trato difícil, desprezando a vida na cidade e amando sua liberdade a ponto de não ser capaz de viver com ninguém, nem com seus próprios parentes.

Ismael não desapareceu das páginas da história sagrada e muito menos ficou sem bênção, meramente por não pertencer à linhagem de Israel. Deus tinha um lugar e um destino reservados para ele.

O Messias, da linhagem de Isaque, também seria o Salvador dos demais descendentes de Abraão e de todas as famílias da terra.
Entretanto, os descendentes de Ismael se tornaram inimigos ferrenhos de Israel, descendentes de Isaque (Salmos 83.1-18).    E permanecem assim até os dias de hoje.

A Bíblia, cita os doze filhos de Ismael e afirma que seus descendentes se estabeleceram na região que vai de Hávila a Sur (região Leste do Egito e região Norte do deserto de Sinai), na direção de quem vai para Assur (Assíria, região Norte do Iraque).
                                  
Abraão habitou por um tempo nessa região.
Foi também a habitação dos amalequitas e de outras tribos nômades (Gênesis  25.18; 1Samuel 15.7; 27.8). Além da Bíblia, os assentamentos, como, por exemplo, os de Quedar, Tema, Dumá e Nebaiote também são conhecidos, há mais de dois milênios.

Nebaiote, o filho mais velho de Ismael, que, em hebraico, significa “frutificação”, era chefe tribal árabe (1Crônicas  1.29). Sua descendência continuou a ser conhecida por esse nome (Gênesis  17.20; 25.16). Uma curiosidade histórica, é o fato de que a terra de Esaú ou Edom, finalmente caiu sob o controle da posteridade de Nebaiote. Esse clã árabe era vizinho do povo de Quedar.

Ambos os nomes aparecem nos registros de Assurbanipal, rei da Assíria (669-626 a.C.). Embora alguns estudiosos rejeitem a ideia, possivelmente eles foram os antepassados dos nabateus.

Os nabateus era um povo árabe cujo reino se expandiu, no passado, até Damasco, capital da Síria, um país árabe.
                                
Perto do século 40 a.C., eles estavam firmemente estabelecidos em Petra, que atualmente é um sítio arqueológico, com ruínas e construções magníficas, localizado na Jordânia, que também é um país árabe.

Quedar, o segundo filho de Ismael, em hebraico significa “poderoso”. Alguns estudiosos dizem que essa palavra significa “negro” ou “moreno”, uma referência aos efeitos da radiação solar na pele das pessoas que habitam os desertos quentes do Sul da Arábia, onde vivem os beduínos.

O interessante é que, no livro de Cantares de Salomão (1.5), a esposa diz que “é morena como as tendas de Quedar”. No Antigo Testamento, o termo Quedar é usado genericamente para indicar as tribos árabes — beduínos (Cânticos 1.5; Isaias 21.16,17; 42.11; 60.7; Jeremias 2.10; Ezequiel 27.21). No Salmo 120.5, Quedar e Meseque se referem, metaforicamente, a certas tribos bárbaras. Eram negociantes, numerosos em rebanhos e camelos. Alguns deles eram ferozes e temidos guerreiros.

Jeremias predisse o julgamento de Quedar, dando a entender que seria destruído por Nabucodonosor (Jeremias 49.28,29). Após serem destruídos parcialmente por Nabucodonosor e Assurbanipal, eles diminuíram em números e em riquezas e se dissolveram em outras tribos árabes.

Os estudiosos muçulmanos, ao reconstruírem a genealogia de Maomé, fazem-no descendente de Abraão, de Ismael, por meio de Quedar.

Sam Shamoun, apologista cristão, nega que Maomé seja descendente direto de Ismael, baseado em pesquisas geográficas e étnicas.

Em face de tudo isso, parece claro que a descendência de Ismael apresentou traços culturais, raciais e lingüísticos com algumas linhagens árabes existentes nos dias de hoje.
Além disso, as próprias evidências históricas fortalecem a ideia de que os árabes são descendentes de Ismael, mas isso não significa afirmar que a totalidade dos árabes é descendente de Ismael.
                          
Outras descendências.

Descendentes de Jotão:
Alguns árabes se referem a si mesmos como descendentes de Jotão (os árabes lhe chamam de Kahtan) e uma das tribos mais famosas que descendiam dele era Sabá, da qual os descendentes fundaram o reino de Sabá, no Iêmen, incluindo a renomada rainha de Sabá (chamada pelos árabes de Bilquis).

A visita dessa rainha a Jerusalém, durante o reinado de Salomão, é um exemplo de como o povo de Deus teve influência das “arábias”, mesmo nos tempos do Antigo Testamento.

Salomão escreveu um dos salmos messiânicos (Salmos 72), parcialmente, tendo Sabá em mente (vejamos os versículos 10 e 15). Jesus falou positivamente sobre a rainha de Sabá (Mateus  12.42).

Aparentemente, pelo menos algumas das tribos semíticas adoravam o Deus de Sem, mesmo sem conhecê-lo inteiramente.
      
Descendentes de Ló

No final do capítulo 19 de Gênesis, observamos o aparecimento de duas linhas genealógicas, os moabitas e os amonitas.

Os moabitas foram descendentes de Ló, e sua filha mais velha (Gênesis 19.30-37). Eles eram arrogantes e inimigos de Israel, mas Deus estava, mais uma vez, usando os babilônios como medida disciplinadora.
(Isaías 15 e 16) e (Jeremias 28) predisseram a queda de Moabe e a redução de um povo arrogante a um povo débil.                          

Os moabitas viveram em sítios vizinhos aos seus irmãos amonitas.

Os amonitas eram descendentes de Amon, filho mais novo de Ló (Gênesis 19.38) e da sua filha mais jovem. Em Juízes 3.13, diz que, esse povo se mostrou hostil para com Israel. Uniu-se em ataque combinado a Israel com outros adversários do povo de Deus. A capital deles era Rabá.

Posteriormente, essa cidade tomou o nome de Filadélfia, em honra a Ptolomeu Filadelfo.

Atualmente, chama-se Aman, capital da Jordânia. A língua deles era semítica. Hoje, todas aquelas regiões são árabes.                  A raça amonita desapareceu misturada com outras raças semitas.

Embora não seja possível afirmar com precisão, podemos supor, juntamente com muitos estudiosos em genealogias, que há uma grande possibilidade de alguns árabes de hoje serem descendentes não somente de Ismael, mas também de Ló.

Descendentes de Esaú

Esaú, da linhagem de Isaque, teve como uma de suas esposas Maalate ou Basemate, irmã de Nebaiote, da linhagem de Ismael (Gênesis 28.9; 36.3).
As “crianças de Isaque” estavam se misturando com as “crianças de Ismael”, nascendo assim outra linhagem genealógica.
     
Com isso, nasce Reuel, que gerou Naate, Zerá, Samá e Mizá (Gênesis 36.13).

Certamente, muitos árabes hoje apresentam suas genealogias oriundas dessa estranha, mas verdadeira fusão.

Outra descendência de Abraão

Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gênesis 25 diz que Abraão desposou outra mulher, Quetura, e com ela teve outros filhos.

Abraão, já em idade avançada, criou outra família! Todos os filhos de Quetura, eventualmente, tornaram-se chefes das tribos árabes. Uma dessas tribos era Midiã; os midianitas se opuseram ao Israel do profeta Balaão, porém, nem todos os midianitas eram contra os hebreus.

Moisés se casou com Zípora, a filha de Jetro (Êxodo 2; 16-22), que também era chamado de sacerdote de Mídia. Jetro reconhecia o Deus verdadeiro e até mesmo deu bons conselhos a Moisés que agradaram a Deus (Êxodo 18).
                                                                           
Os midianistas, certamente, tiveram alguma revelação de Deus por intermédio de seu pai, Abraão.

Portanto, vemos claramente que os árabes em geral, que reivindicam ter Abraão como pai, certamente pertencem à mesma família e estão ligados a Israel.

A revista Veja apresentou uma reportagem em que as várias populações judaicas não apenas são parentes próximas umas das outras, mas também de palestinos, libaneses e sírios. A descoberta significa que todos são originários de uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há quatro mil anos.
Em termos genéticos, significa parentesco bem próximo, maior que o existente entre os judeus e a maioria das outras populações.

Quatro milênios representam apenas duzentas gerações, tempo muito curto para mudanças genéticas significativas.

O resultado da pesquisa é coerente com a versão bíblica de que os árabes e os judeus descendem de um ancestral comum, o patriarca Abraão.

Os árabes de hoje e as bênçãos dadas à descendência de Abraão

Por conveniência, defini-se os árabes como o povo que fala o árabe, como língua mãe, e que vive na península arábica e regiões circunvizinhas.
Hoje, existem diferentes tipos de etnias dentro da região árabe. Algumas nações se tornaram árabes, pois foram arabizadas, como o Sudão e a Somália.
Outras realmente descendem das linhagens dos antepassados.

Mas, afinal, os ismaelitas (filhos de Ismael) são os árabes de hoje?

Josefo, declara que Ismael é pai da nação árabe, conforme creem os árabes. Segundo Josefo, não podemos descartar a profecia de Isaías, que diz que os ismaelitas adorarão o Messias.

Raphael Patai, um judeu, declara em seu livro, Semente de Abraão, que o termo “árabe” está contido nas mesmas inscrições com o termo “Quedar”, filho de Ismael, no século 9 a.C., nas epígrafes assírias. Patai também encontrou provas que mostram que os árabes foram sinônimos dos “nabateus”, descendentes de Nebaiote.

Em verdade, o mundo árabe hoje é oriundo de um mosaico de etnias, haja vista as diferentes genealogias formadas no decorrer da história. Provavelmente, Mahmud, Hassan ou quaisquer outros árabes, sejam descendentes de Ismael, por intermédio da descendência de Nebaiote ou Quedar, ou até mesmo por Ló, ou pela nova família de Abraão com Quetura.
                                                                         Não podemos também descartar a possibilidade de os árabes serem descendentes da fusão entre as crianças de Isaque com as de Ismael ou até mesmo por intermédio de Jotão.                                   Em todas essas possibilidades, encontramos a genética do pai Abraão.

A promessa de Deus a Abraão foi clara e específica: “O seu próprio filho será o seu herdeiro” (Gênesis 15.4). Mas a grande questão é a seguinte: esta promessa de descendência deve ser entendida em termos raciais ou espirituais?

O apóstolo Paulo esclarece a questão em sua carta aos gálatas: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente. As Escrituras Sagradas não dizem: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu descendente, que é Cristo” (Gálatas 3.16).

Todas as promessas feitas a Abraão são cumpridas em Jesus. É por meio do maior Filho de Abraão, Jesus, que a bênção falada em Gênesis alcançará os povos do mundo.

A linhagem racial se torna minúscula quando sabemos que podemos ser herdeiros de Abraão, ainda que não sejamos árabes ou judeus.

Jesus nasceu no tempo determinado por Deus (Gálatas 4.4), como o “descendente” de Abraão. A relação que temos com Jesus se torna fator determinante se pertencemos realmente a Deus ou não.

Paulo resume isso definitivamente ao declarar: “Se vocês são de Cristo, são descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gálatas 3.26,27, 29).

Louvamos a Deus e ao nosso Senhor Jesus Cristo por muitos árabes tê-Lo encontrado, nestes últimos tempos.      
E na Bíblia, além dos versículos já mencionados, existem muitos outros que nos dão a esperança de que os árabes, eventualmente, serão salvos.      Isaías 60.6,7 relata sobre um tempo em que a glória do Senhor será manifestada:                            
“A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá [os descendentes de Abraão por intermédio de Quetura]; todos virão de Sabá [descendentes de Jotão]; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do SENHOR.

Todas as ovelhas de Quedar [descendentes de Ismael] se reunirão junto de ti; servir-te-ão os carneiros de Nebaiote; para o meu agrado subirão ao meu altar, e eu tornarei mais gloriosa a casa da minha glória”.
Finalmente, quando olhamos para o Novo Testamento, lá estavam os árabes no dia de Pentecoste (Atos  2.11). Deus, realmente, quer que sua mensagem alcance os árabes, porque
Allahu Mahabba “Deus é amor”.
Temos de acreditar que Deus salvará os árabes, seja qual for a sua descendência. Que os milhões de árabes possam ser realmente inseridos na descendência espiritual de Abraão, por intermédio de Jesus, e que a igreja evangélica seja capaz de reconhecer e compreender as promessas dirigidas a esse povo.

O nascimento de Ismael
“Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era
Agar.
“E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.

“Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.

“E ele possuiu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.

“Então disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti; minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos; o SENHOR julgue entre mim e ti.

“E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face. E o anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.

“E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora. Então lhe disse o anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos.

“Disse-lhe mais o anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, que não será contada, por numerosa que será.

“Disse-lhe também o anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome Ismael; porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.

“E ele será homem feroz, e a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.

“E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?
“Por isso se chama aquele poço de Beer-Laai-Rói; eis que está entre Cades e Berede.

“E Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que Agar tivera, Ismael.

“E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu à luz Ismael” (Gênesis 16.1-16)




Irmão mesias

I S A Q U E

 

O único filho de Abraão com sua esposa, Sara. Assim, um elo vital na linhagem que levava a Cristo. (1Crônicas 1:28, 34; Mateus 1:1, 2; Lucas 3:34) Isaque foi desmamado com cerca de 5 anos; quase que foi oferecido como sacrifício, quando provavelmente tinha 25 anos; casou-se aos 40; tornou-se pai de gêmeos aos 60 e morreu com 180 anos. — Gênesis 21:2-8; 22:2; 25:20,26; 35:28.

 

O nascimento de Isaque ocorreu sob circunstâncias bem incomuns. Tanto o pai como a mãe dele já eram bem idosos, já tendo há muito cessado a menstruação de sua mãe. (Gênesis 18:11).

 

Assim, quando Deus disse a Abraão que Sara daria à luz um filho, ele se riu dessa perspectiva, perguntando: “Nascerá um filho a um homem de cem anos de idade, e dará à luz Sara, sim, uma mulher de noventa anos de idade?”                (Gênesis 17:17.           

Ao saber o que ocorreria, Sara também riu.

                            ( RISO.)

Daí, “no tempo designado” do ano seguinte, nasceu o menino, provando que nada é ‘extraordinário demais para Deus”. (Gênesis 18:9-15). Sara então exclamou: “Deus me preparou riso”, acrescentando: “Todo aquele que ouvir isso há de se rir de mim.”  

 

E assim, exatamente como Deus dissera, o menino foi apropriadamente chamado de Isaque, que significa “Riso”. — Gênesis  21:1-7;17:19.

Pertencendo à casa de Abraão, e sendo o herdeiro das promessas, Isaque foi devidamente circuncidado, no oitavo dia. — Gênesis  17: 9-14, 19; 21:4; e Atos  7:8; e Gálatas  4:28.

 

Com quantos anos Isaque foi desmamado?

No dia em que Isaque foi desmamado, Abraão preparou um grande banquete.  Aparentemente, nessa ocasião, Sara observou que Ismael “fazia caçoada” de Isaque, seu meio-irmão mais novo. (Gênesis  21:8, 9)

 

Algumas traduções (BJ; IBB) dizem que Ismael estava apenas “brincando” com Isaque, isto é, no sentido duma brincadeira de criança.


No entanto,a palavra hebraica tsa·hháq 

também pode ter uma conotação ofensiva. Assim, quando esta mesma palavra ocorre em outros textos (Gênesis 19:14; 39:14, 17), estas traduções vertem-na por ‘zombar’, ‘gracejar’ e ‘insultar’.

Certos Targuns, bem como a Pesito siríaca, em Gênesis  21:9, dão às observações de Ismael o sentido de “escarnecer”. Sobre tsa·hháq, o (Comentário), de Cook, diz: “Provavelmente significa, neste trecho, como em geral se tem entendido, ‘riso zombeteiro’. Assim como Abraão rira de alegria por causa de Isaque, e Sara rira incredulamente, Ismael agora ria em escárnio, e, provavelmente, com espírito de perseguição e de tirania.

” Decidindo o assunto, o inspirado apóstolo Paulo mostra claramente que o tratamento que Ismael dispensou a Isaque foi uma aflição, uma perseguição, e não uma brincadeira de criança. (Gálatas  4:29).

 

 Certos comentaristas, em vista da insistência de Sara, no versículo seguinte (Gênesis  21:10), em que ‘o filho desta escrava não venha a ser herdeiro junto com o meu filho, Isaque’, sugere que Ismael (14 anos mais velho que Isaque) altercasse e escarnecesse de Isaque com respeito à condição de herdeiro.


Deus dissera a Abraão que, como residentes forasteiros, os da descendência dele seriam atribulados por 400 anos, aflição esta que findou com a libertação de Israel do Egito, em 1513 AEC. (Gênesis  15:13; e Atos  7:6);

 

Calculando 400 anos para trás, chegamos a 1913 AEC como o início dessa aflição.                   Por conseguinte, isto também fixa 1913 como o ano em que Isaque foi desmamado, visto que, com relação ao tempo, os dois eventos — o ser desmamado e o ser maltratado por Ismael — estão intimamente ligados no relato.

 

Isto significa que Isaque tinha cerca de 5 anos ao ser desmamado, tendo nascido em 1918 AEC. Incidentalmente, o seu nascimento marcou o início dos 450 anos mencionados em Atos 13:17-20, período este que findou por volta de 1467 AEC, quando foi concluída a campanha de Josué em Canaã e a terra foi distribuída às várias tribos.

 

Atualmente, quando são tantas as mulheres no mundo ocidental que se recusam a amamentar ao peito seus bebês, ou os amamentam apenas por seis a nove meses, um período de cinco anos talvez pareça inconcebivelmente longo.

 

Mas,  o Dr. Jelliffe mostra que, em muitas partes do mundo, as crianças só são desmamadas ao atingirem de um ano e meio a dois anos de idade, e que, na Arábia, é costumeiro a mãe amamentar a criança por um período que vai de 13 a 32 meses.

 

Clinicamente falando, a amamentação ou aleitamento pode normalmente continuar até a gravidez seguinte já ter alguns meses.

Na Idade Média, na Europa, o desmame se dava quando a criança tinha, em média, dois anos, e, no tempo dos macabeus (primeiro e segundo séculos AEC), as mulheres amamentavam seus filhos homens por três anos. (2 Macabeus 7:27).

Há 4.000 anos, quando as pessoas levavam uma vida sem pressa, e não havia as pressões ou as necessidades hodiernas de fazer tanta coisa num período de vida mais curto, é fácil entender por que Sara podia ter amamentado Isaque por cinco anos. Até mesmo porque era ele o seu único filho, depois de muitos anos de esterilidade.

Disposto a Ser Sacrificado. Depois de Isaque ter sido desmamado, nada mais se diz sobre a sua infância. A próxima menção que se faz dele é quando Deus disse ao pai dele,

 

Abraão: “Toma, por favor, teu filho, teu único filho a quem tanto amas, Isaque, e faze uma viagem à terra de Moriá e oferece-o ali como oferta queimada.”  (Gênesis 22:1, 2).  Abraão O ouviu e O obedeceu.

 

Após uma jornada de três dias, chegaram ao local escolhido por Deus. Isaque carregava a lenha; o pai dele, o fogo e o cutelo. “Mas onde está o ovídeo para a oferta queimada?”, perguntou Isaque. “Deus providenciará para si o ovídeo”, foi a resposta. — Gênesis  22:3-8, 14.

 

Chegando ao lugar, construíram um altar e dispuseram devidamente a lenha. Daí, Isaque foi amarrado pelas mãos e pelos pés, e colocado sobre a lenha. Quando Abraão ergueu o cutelo, o anjo de Deus deteve a sua mão.

A fé demonstrada por Abraão não fora depositada erroneamente; Deus forneceu um carneiro, que estava preso ali, numa moita daquele monte, para que pudesse ser apresentado como oferta queimada em lugar de Isaque. (Gênesis 22:9-14) Abraão, portanto, reconhecendo “que Deus era capaz de levantá-lo até mesmo dentre os mortos”, deveras recebeu Isaque “em sentido ilustrativo” de volta de entre os mortos. — Hebreus 11:17-19.

Este episódio dramático provava a fé e a obediência não só de Abraão, mas também de seu filho, Isaque.

 

A tradição judaica, registrada por Josefo, diz que Isaque tinha 25 anos naquela época. Seja como for, ele tinha idade e força suficientes para carregar, montanha acima, considerável quantidade de lenha. De modo que podia ter resistido a seu pai, de 125 anos, quando chegou a hora para ser amarrado, caso tivesse preferido rebelar-se contra os mandamentos de Deus.

Em vez disso, Isaque permitiu submissamente que seu pai passasse a oferecê-lo em sacrifício, em harmonia com a vontade de Deus.

 

Graças a esta demonstração de fé de Abraão, Deus repetiu e ampliou o Seu pacto com Abraão, pacto este que foi transferido por Deus a Isaque, depois da morte de seu pai. — Gênesis  22:15-18;26:1-5; e Romanos 9:7; Tiago 2:21.

 

O mais importante é que foi encenado ali um grande quadro profético, representando como Cristo Jesus, o Isaque Maior, no devido tempo ofereceria voluntariamente sua vida humana, como Cordeiro de Deus, para a salvação da humanidade. — João 1:29, 36; 3:16.

Casamento e Família. Depois da morte da mãe de Isaque, seu pai concluiu que já era hora de seu filho se casar. Abraão, contudo, estava decidido a que Isaque não se casasse com uma cananeia pagã.

 

Assim, de acordo com o sistema patriarcal, Abraão mandou seu servo de confiança aos seus parentes, na Mesopotâmia, para escolher uma jovem de origem semítica que também adorasse a Deus, o Deus de Abraão. — Gênesis 24:1-9.

Esta missão tinha de ser bem-sucedida, pois, desde o princípio, tudo que envolvia a questão de escolha fora entregue às mãos de Deus. Revelou-se que Rebeca, prima de Isaque, era a escolhida por Deus, e ela, por sua vez, deixou voluntariamente seus parentes e sua família para acompanhar a caravana que retornou à terra do Negebe, onde morava Isaque. O relato nos fala sobre o primeiro encontro dos dois, e daí diz: “Isaque levou-a depois à tenda de Sara, sua mãe. Tomou assim Rebeca e ela se tornou sua esposa; e ele se enamorou dela, e Isaque encontrou consolo depois da perda de sua mãe.” (Gênesis 24:10-67). Tendo Isaque 40 anos, o casamento se deu em 1878 AEC. — Gênesis 25:20.

 

Pela história de Isaque, fica-se sabendo que Rebeca continuou estéril por 20 anos. Isto deu a Isaque a oportunidade de mostrar se ele também, como seu pai, tinha fé na promessa de Deus, de abençoar todas as famílias da terra, através d’um descendente seu que, ainda nem tinha nascido, e ele fez isso por suplicar continuamente um filho a Deus. (Gênesis 25:19-21).  



Como no caso dele próprio, novamente se demonstrou que o descendente prometido não viria no curso natural dos eventos, mas somente pelo poder interventor de Deus. (Josué 24:3, 4) Por fim, em 1858 AEC, quando Isaque tinha 60 anos, recebeu a bênção dupla de ter gêmeos, Esaú e Jacó. — Gên 25:22-26.

 

Devido a uma fome, Isaque mudou-se com a família para Gerar, em território filisteu, Deus lhe ordenando que não descesse ao Egito. Foi então que Deus confirmou seu propósito de cumprir a promessa abraãmica, mediante Isaque, repetindo seus termos: “Vou multiplicar a tua descendência como as estrelas dos céus e vou dar à tua descendência todas estas terras; e todas as nações da terra certamente abençoarão a si mesmas por meio de tua descendência.” — Gênesis 26: 1-6; e Salmos 105: 8, 9.

Neste território filisteu não muito amigável, Isaque, como Abraão, seu pai, usou de estratégia afirmando que sua esposa era sua irmã. Depois de certo tempo, a bênção de Deus sobre Isaque tornou-se uma fonte de inveja para os filisteus, sendo preciso que ele se mudasse, primeiro para o vale da torrente de Gerar, e daí para Berseba, à beira da árida região do Negebe. Enquanto ali, os filisteus, anteriormente hostis, vieram tentar obter

 

“um juramento de obrigação”, ou um tratado de paz com Isaque, pois, como reconheceram: “Tu és agora o abençoado de Deus” Neste local, os homens de Isaque acharam água, e Isaque o chamou de Siba. “É por isso que o nome da cidade é Berseba [que significa “Poço do Juramento; ou: Poço de Sete”], até o dia de hoje.” — Gênesis  26: 7-33; dê uma olhada em BERSEBA.

 

Isaque sempre gostou muito de Esaú, porque este era do tipo que apreciava a vida ao ar livre, sendo caçador e homem do campo, e isto significava caça para a boca de Isaque. (Gênesis  25:28).  Assim, com a vista cada vez mais fraca, e sentindo que talvez não vivesse por muito mais tempo, Isaque preparou-se para dar a Esaú a bênção do primogênito. (Gênesis  27:1-4).

 

Não se sabe se ele estava a par de que Esaú vendera sua primogenitura a seu irmão, Jacó, e se não lhe ocorreu o decreto divino, emitido antes do nascimento dos dois meninos, de que ‘o mais velho ia servir ao mais jovem’. (Gênesis  25:23, 29-34). Seja como for, Deus se lembrava disso, e também Rebeca, que rapidamente cuidou de que Jacó recebesse a bênção. Quando Isaque soube da artimanha que fora usada para conseguir isto,

 

recusou-se a modificar o que era, inequivocamente, a vontade de Deus sobre o assunto.

 

Isaque também profetizou que Esaú e seus descendentes residiriam bem longe dos campos férteis, que viveriam pela espada, e que, por fim, quebrariam do seu pescoço o jugo de servidão a Jacó. — Gênesis  27:5-40; Romanos  9:10-13; vejamos o que é dito em  ESAÚ.

 

Em seguida, Isaque mandou Jacó a Padã-Arã, para certificar-se de que não se casasse com uma cananéia, como fizera seu irmão, Esaú, para desgosto de seus pais.

 

Quando Jacó retornou, muitos anos depois, Isaque residia em Quiriate-Arba, isto é, Hébron, na região colinosa. Foi ali, em 1738 AEC, o ano anterior àquele em que seu neto, José, tornou-se primeiro-ministro do Egito, que Isaque morreu, com 180 anos, “idoso e saciado de dias”. Isaque foi enterrado na caverna de Macpela, onde foram sepultados seus pais e sua esposa, e onde, mais tarde, seria sepultado seu filho Jacó. — Gên 26:34, 35; 27:46;28:1-5; 35:27-29; 49:29-32.

 

Significado de Outras Referências Feitas a Isaque. Por toda as Escrituras Sagradas na Bíblia,

 

Isaque é mencionado dezenas de vezes na conhecida expressão “Abraão, Isaque e Jacó”. Às vezes, o ponto que se quer frisar relaciona-se com Deus, como sendo o Deus a quem estes patriarcas adoravam e serviam. (Êxodo 3:6, 16; 4:5; e Mateus 22:32; e Atos 3:13). E, outras vezes, a referência é ao pacto que Deus fizera com eles. (Êxodo  2:24; Deuteronômio  29:13; 2Reis 13:23).

 

Jesus também empregou esta expressão de modo ilustrativo. (Mateus  8:11).  Em certo caso, Isaque, o antepassado patriarcal, é mencionado num paralelismo hebraico, junto com seus descendentes, a nação de Israel. — Amós  7: 9, 16.

 

Isaque, como o descendente de Abraão, simbolizava Cristo, por meio de quem vêm as bênçãos eternas. Como está escrito: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente. Não diz: ‘E a descendentes’, como no caso de muitos, mas como no caso de um só: ‘E a teu descendente’, que é Cristo.” E, por extensão, Isaque também simbolizava aqueles que ‘pertencem a Cristo’, que ‘são realmente o descendente de Abraão, herdeiros com referência a uma promessa’. (Gálatas  3: 16, 29). Ademais, os dois meninos, Isaque e Ismael, junto com suas mães, “são como que um drama simbólico”.

 

                           
 Ao passo que o Israel natural (como Ismael) “nasceu realmente na maneira da carne”, os que constituem o Israel espiritual ‘são filhos pertencentes à promessa, assim como Isaque foi’. — Gálatas 4:21-31.

 

Isaque também está incluído entre a ‘tão grande nuvem de testemunhas que nos rodeiam’, pois também ele se achava entre os que ‘aguardavam a cidade que tem verdadeiros alicerces, cujo construtor e fazedor é Deus’. — Hebreus  12:1; 11:9, 10, 13-16, 20.

 

 

 

 

Irmão messias