Holocausto
Segundo
o historiador João Freire, escrevendo sobre a segunda guerra mundial – diz ele:
Sob a doutrina
racista do III Reich, cerca de 7,5 milhões de pessoas perderam a dignidade e a
vida em campos de concentração, especialmente preparados para matar em escala
industrial.
Para os nazistas,
aqueles que não possuíam sangue ariano não deveriam ser tratados como seres
humanos.
A política ante semita
do nazismo, visou especialmente os judeus, mas não poupou também ciganos,
negros, homossexuais, comunistas e doentes mentais.
Estima-se que entre
5,1 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos durante a Segunda Guerra, o que
representava na época cerca de 60% da população judaica na Europa.
Foram assassinados
ainda entre 220 mil e 500 mil ciganos. O
Tribunal de Nuremberg estimou em aproximadamente 275 mil alemães considerados
doentes incuráveis que foram executados, mas há estudos que indicam um número
menor, cerca de 170 mil.
Não há dados
confiáveis a respeito do número de homossexuais, negros e comunistas mortos
pelo regime nazista. A
perseguição do III Reich começou logo após a ascensão de Hitler ao poder. 30 de janeiro de
1933.
O Ante Semitismo.
A palavra ‘ante
semitismo’ significa preconceito contra ou ódio aos judeus.
O Holocausto é o
exemplo mais radical de ante semitismo na história. Apoiados pelo governo, os
nazistas alemães e seus colaboradores perseguiram e exterminaram 2/3 dos judeus
da Europa, entre 1933 e 1945.
Em 1879, o jornalista Alemão Wilhelm Mar criou o termo ante semitismo, que significa ódio
contra judeus, e também a não-aceitação de tendências liberais e cosmopolitas
da política internacional dos séculos 18 e 19, muitas vezes associadas à imagem
dos judeus.
As tendências
atacadas pelos nazistas abrangiam a igualdade de direitos civis entre os
cidadãos de um país, a democracia constitucional, o livre comércio, o
socialismo, o capitalismo financeiro, e o pacifismo.
Campos Nazistas.
Entre 1933 e 1945 a
Alemanha nazista construiu cerca de 20.000 campos para aprisionar seus milhões
de vítimas.
Os campos eram
utilizados para várias finalidades: campos de trabalho forçado, campos de
transição (que serviam como estações de passagem), e como campos de extermínio
construídos principalmente, ou exclusivamente, para assassinatos em massa.
Desde sua ascensão
ao poder, em 1933, o regime nazista construiu uma série de centros de detenção
destinados ao encarceramento e à eliminação dos chamados "inimigos do
estado".
A maioria dos
prisioneiros dos primeiros campos de concentração era formada por alemães
considerados inimigos do nazismo: comunistas, social democratas, ciganos Roma,
Testemunhas de Jeová, homossexuais e pessoas acusadas de exibir um comportamento
"ante social" , ou fora dos padrões sociais.
Estas instalações
eram chamadas de campos de concentração, porque nelas os detentos ficavam
fisicamente "concentrados".
Os nazistas
construíram câmaras de gás para tornar o processo de assassinato em massa mais
eficiente, rápido e menos pessoal para os executores.
Câmaras de gás eram
aposentos fechados que recebiam gás letal em seu interior para matar por asfixia
a quem estivesse dentro.
No auge das deportações
para o campo, mais de 6.000 judeus eram diariamente envenenados por gás em cada
campo.
Pesquisas Biológicas.
Os médicos
trabalharam em conjunto com os agentes das SS no extermínio promovido pelo
estado nazista, atuando como soldados biológicos.
Na época estava
muito em evidência as teses sobre eugenia, ciência que estuda as condições mais
propícias ao "melhoramento" da raça humana. Foi em nome dela que
os médicos nazistas cometeram várias atrocidades. Para os nazistas não eram os
problemas sociais como as carências econômicas e sociais que causavam a
marginalidade dos não-arianos.
Ao contrário, a congênita
"inferioridade racial" desses indivíduos é que criava tais problemas.
Dessa maneira,
definiam as execuções como sendo de caráter humanitário, misericordioso, para
aqueles "condenados pela seleção natural".
Como para a medicina
nazista a boa saúde era característica da superioridade racial ariana, ela
deveria ser mantida a qualquer custo.
Por essa razão, de
1933 até o início da guerra os alemães considerados "doentes
incuráveis"
foram submetidos à
esterilização para que o "mal" que carregavam não fosse proliferado.
Entre os
"doentes incuráveis" que foram esterilizados estavam, conforme relato
de Robert Lifton no livro The Nazi Doctors, "60 mil epilépticos, 4 mil
cegos hereditários, 16 mil surdos hereditários, 20 mil pessoas com má formação
no corpo, 10 mil com alcoolismo hereditário, 200 mil doentes mentais, 80 mil
esquizofrênicos e 20 mil maníaco-depressivos".
Lifton, cita em seu livro o caso do médico Eduard
Wirths, de Auschwitz, que inoculava o bacilo do tifo em judeus sãos, sob a
justificativa de que estes, naturalmente condenados a morrer, poderiam servir
de cobaias para testes de vacinas.
Muitos morreram em
"experiências médicas" que incluíam exposição à alta pressão e
congelamento. Para reforçar o caráter médico das execuções,
muitas vezes uma
ambulância pintada com as cores da Cruz Vermelha acompanhava os assassinatos.
Muitos médicos se
destacaram pela crueldade de seus métodos, entre eles Josef Mengele, de
Auschwitz, que fazia experimentos genéticos especialmente em gêmeos.
Segundo o professor
Robert Proctor, autor de A Higiene Racial - A Medicina na Época dos Nazistas,
editado pela Harvard University Press, em Cambridge, Massachussets, "o
nazismo nada mais é do que a aplicação dos conhecimentos biológicos".
Para ele, tanto a
teoria quanto a prática da doutrina nazista tiveram como ponto central a
aplicação de uma política biológica.
Campo de
Concentração Japonês.
O médico japonês Ken
Yuasa, cirurgião do Exército Imperial durante a Segunda Guerra,
fez em 1994
denúncias que as autoridades de seu país evitaram comentar.
Ele trabalhou na
Unidade 731, a que se dedicava aos estudos da guerra bacteriológica e química
que, tentou aprimorar a medicina militar através de experiências em seres
humanos vivos, realizando testes no norte da China, principalmente em Ping
Fang, perto da cidade de Harbirt, na Mandchúria.
Os americanos que
ocuparam o país teriam concordado em não processar os chefes da unidade em
troca de dados sobre as experiências.
Os japoneses, por
sua vez, nunca abriram investigações a respeito do polêmico "Auschwitz
japonês", como a unidade 731 é chamada nas denúncias de Yuasa.
Segundo Yuasa, o
fundador da unidade 731, Shiro Ishii, expôs prisioneiros a doenças, ao gás
mostarda,
ao calor escaldante
e a temperaturas bem abaixo de zero enquanto fazia anotações, sobre suas
reações até a morte.
Um livro lançado
pelo historiador americano Sheldon Harris estima que pelo menos 12 mil pessoas
foram levadas à morte nesses laboratórios clandestinos.
Em Unit 731, livro
publicado em 1989, dois autores britânicos apresentaram novas provas de que
prisioneiros de guerra ingleses e americanos na Mandchúria também receberam
injeções de vírus mortíferos.
As Consequências do Holocausto.
Em 1945, as tropas
anglo-americanas e soviéticas que adentraram nos campos de concentração
descobriram pilhas de cadáveres, ossos e cinzas humanas – um testemunho do
genocídio efetuado sob a bandeira nazista.
Os soldados também
encontraram milhares de sobreviventes – judeus e não-judeus – famintos,
alquebrados, e doentes. Para os sobreviventes, a ideia de reconstruir suas
vidas era desalentadora.
Quando foram
liberados, muitos sobreviventes tiveram medo de retornar para suas casas devido
ao ante semitismo que ainda existia em partes da Europa, e também pelo trauma
que haviam sofrido que os deixava inseguros.
Mesmo aqueles que
decidiram voltar temiam por suas vidas, pois sabiam que muitos europeus
não-alemães haviam colaborado com os nazistas, e assim haviam conseguido tomar
posse de propriedades de judeus, as quais não queriam devolver aos legítimos
donos.
Na Polônia
pós-guerra, por exemplo, houve muitos programas contra os israelitas que
retornavam e tentavam reaver seus bens.
O maior destes
episódios ocorreu na cidade polonesa de Kielce, em 1946, quando arruaceiros
locais mataram pelo menos 42 judeus, e espancaram inúmeros outros sobreviventes
que, buscavam retomar suas vidas no local de onde haviam sido arrancados à
força, pelos nazistas e seus colaboradores.
Irmão messias