segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ADVERTÊNCIA FATAL (o aviso da morte)

Alô! Atenção, plan(o)alto!
Sou o Jorge do planeta terra
Cárcere
que nem o santo da lua o reconhece

Não gosto de advertir os vivos
porque os mortos
já lhes deviam servir de advertências
Infelizmente
as suas consciências já morreram

Portanto, ameaçar
é um meio de fugir do medo
aonde alguma coisa o acarreta o sobroço
(ou, sobrosso!)
óbviamente se manifesta o covarde

Povo meu
somos em resumo a sociedade esquecida
porisso esqueçam a fragilidade
e a insegurança
porque são esses os componentes do medo

E nós, companheiros!
Somos considerados
como um produto do lixo
Portanto
não devemos possuir esse luxo

Os selvagens que nos ameaçam
dora em diante
também serão ameaçados
e só se diferem
nas reações da expressão

A formiga quitandira (maranhense)
não corresponde a fúria
de um caçador gonçalvino
nem o intimida dominar as matas

A abelha pode até ser italiana
e transmitir a febre pelo seu ferrão
mas nunca igualha-se ao veneno
que se evapora da maldita máfia

O escorpião grego
não é um produto da mitologia
mas também
jamais penalisa a sua vítima
tanto quanto o seu próprio inferno

A lacraia romana
podia até ser um brinquedo de Nero
mas nunca foi páreo
para o desconsencioso Herodes

Assim como a naja indiana
menosprezava o instinto
do assassino de Gandh
E a cascavel nordestina
era como o faro do próprio Lampião

Portanto, as serpentes
assessoradas pelo mínimo porte
são sempre as maiores
na credibilidade da morte

Só que nenhuma dessas feras
ameaçam nossos deuses
sem que primeiro sejam ameaçados
ou inscritos à fatalidade dos tempos

... como nós mesmos
ou alguns outros
que se candidatam à rebeldia

Só os elefantes
temem a inversão do seu próprio volume
com a isenção da mosca
do carrapato e do carapanã

Mas os nossos inimigos
são os amigos
que não temem as suas próprias larvas
e assim fica bem mais fácil
de se destruí-los

Vamos antecipar a chegada
para um pouco antes do levante promíscuo
porque assim os substitutos
ainda não decoraram a senha

Lembrem-se que o zangão
não pode se regosijar
em ver a sua juventude
noutros corpos de sua mesma época

Pois o seu império
tem que obedecer a fêmea
e por isso
pós a copulação real
a rainha tem que almoçar o rei

Os seus sussessores:
príncipes e princesas
jamais poderão conhecê-lo
e nisso todos temem ser invadidos

Até mesmo os deuses
não são tão heróis como se pensa
emboras o calor
ainda não seja provado
como já se fala da lua

Alertem-se para um poissível confronto
porque entre os campos de guerra
existem muitas substâncias
que nos revelam forças

E nesta revelação
tudo na verdade é uma sabedoria divina
e por maior que seja o poder de um rei
os mais ínfimos não hesitam invadí-lo

Ter a privacidade do poder
é o desejo primordial de qualquer um
principalmente dos vivos
sem esquecer os mortos

Aqueles que por desventura caírem
não esqueçam
que na solidão eterna
jamais se permanece a sós

Na teoria não se desconhece a lei
mas na lógica
não se conhece o espaço
que cada corpo mereceria tê-lo

Todos devem saber
que há sempre um tempo para cada forma
que lhe convir fiel
na metamorfose

Um grilo que canta à noite
atrás de um quadro
não para roubar ou fazer um drama
mas também para disputar
um pequeno espaço na parede

E assim como o grilo
também transformaremos a sociedade
numa parede fria
e sobre ela morreremos
ou mataremos

Não adianta ninguém nos trazer comida
não estamos à mendigar o pão
o que se pede é a dignidade pros fortes
perdoar os covardes e anistiar os honestos

Ninguém comete um crime
sem na verdade ter um motivo
exceto os lobos
que dizem cuidar dos rebanhos

Sabe-se na verdade
que meio mundo monitora a fome
mas ninguém nos obriguem a desertar
porque em vez de sair
buscaremos mais um oposto

E aqui nem se trata de antropologia
ou canibalismo
mas sim de uma cura
pra cegueira da idolatria

Não se pode mais desviar do mais forte
sem que o deixemos
sobre o patamar do mais baixo
para que possa se reconhecer como fraco

Tudo na verdade é mentira
quando não se quer ver
ou simplesmente ouvir
e a mente que procede assim é insana

Entre todos os animais fica o homem
um dos mais privilegiado
infelizmente
de todos
o mais covarde

Teme ser o vilão
sendo na verdade o próprio
escondendo-se dentro de sí mesmo
... tem medo de morrer
e mata.


#mmsopensador