sábado, 31 de dezembro de 2011

ROTINA

               O TEMPO DA PALMATÓRIA III

               O tempo da palmatória. Em mil novecentos e sessenta, com exatamente dezesseis anos; com o meu Título de Eleitor na mão, votei pela primeira vez, e empolguei-me cívicamente; e, recentemente eu havia construido a cópia de uma máquina de datilografia, toda em madeira; e como todo adolecente que tem vontade de aparecer: escreví muitas cartas para eles, principalmente aos políticos, depois aos altos comerciantes de Santa Inês e Pindaré-Mirim.

Todas as cartas que lhes escreví, foi pensando ser correspondido e ter na verdade algum êxito. Mas foi em vão tudo aquilo; e passei a escrever para diversos outros, de Santa Luzia, Bacabal e até alguns influentes que residiam em São Luís. Mas tudo não passou de um sonho.

              Portanto abandonei tudo e me desiludí, principalmente dos homens públicos; porque dessas outras bobagens, até hoje ainda as recordo com saldades. Apesar desse tipo de sentimento, não ser o meu preferido. Provàvelmente, alguém vai prestar atenção nessa rotina; portanto, acredito que muitas coisa sejam assim, e principalmente como aprender mais fácil.

Enfoquei só os principais métodos, e um deles é o respeito. Porém, não é atoa que existe aquele velho adágio: é respeitando-se que se é respeitado.
             Por isso  é que precisamos aprender tudo, principalmente, como se ganhar e perder. E isto é o que realmente pode se chamar de:  ROTINA.   

ROTINA

               O TEMPO DA PALMATÓRIA II

               O tempo da palmatória. As meninas serviam apenas de torcida, mas aqui e acolar sempre apecia uma valentona! Mas terminava se dando mal, porque aquilo alí, era pros machos. Era assim que agente naquele tempo, agia e reagia, como criança ou adolescente; nada de drogas! nem sequer bebidas ou tabagismo; os mais perversos, às vezes furavam os outros com grafites de lápis, e até taxinhas na bunda - quando sentavam-se sem olhar aonde. Mas tudo isso dava um castigo danado, e eram bem poucos, os que se atreviam fazer isso. Mas afóra isso, todos se respeitavam.

               No dia seguinte, sobre aqueles longos e bruscos bancos de madeira, todo mundo sentava-se lado a lado, sem rixa e sem rancor; naquele tempo se podia ensinar um colega, se ele não soubesse a lição, e até se ganhava do mestre, um elogiozinho depois. Só aos sábados, não se podia - nem se devia soprar nada para ninguém; porque alí enfileirava-se todo mundo, numa meia lua em frente ao mestre, e com uma distinta austeridade, começava-se o argumento.

               ... Essa avaliação de memória, naquele tempo significava muita coisa, era que os professores, dalí retiravam as qualificações individuais de cada aluno. Aqueles que mais levassem bolos, infelizmente, não podiam se queixar de ninguém, nem para ninguém, porque eles mesmos sabiam o por que de estarem levando mais bolos.

Por isso naquele tempo se estudava de verdade, e se aprendia também de verdade; não é que as crianças, os adolecentes, ou os jovens, naquele tempo fossem mais inteligentes do que os de hoje, nada disso! É que naquela época o estudo era raro, as crianças e adolecentes em sala de aula eram disciplinados, obedientes e tinham mais interesses.

                  E porisso o estudo, sobre todas as tarefas, era atenciosamente exigido, tanto pelos mestres, como pelos pais; naquelas décadas de mil novecentos e quarenta, até mil novecentos e sessenta, o que um mestre dissesse para um aluno, era considerado como se fosse uma lei. E aí se os pais soubessem que os filhos o houvessem desobedecido! Seriam règiamente castigados, coisa que óbviamente hoje não existe mais, infelizmente.

Naqueles bons tempos - o Maranhão tinha como sussessor do governador Newton Bello, o senhor José Sarney de Araújo Costa, advogado, escritor, e profissionalmente político... Naquele tempo eu nem ainda era de maior, mas mesmo assim, graças a corrupção que existia, pude dar o meu primeiro voto. Fiquei empolgado cívicamente, mesmo estando sendo usado pelas mãos corrúptas. Recebí o meu título de eleitor aos meus dezesseis anos - em mil novecentos e sessenta.