terça-feira, 17 de janeiro de 2012

UNIPARANORMALISMO

PRIMEIRA PARTE



Vamos ver o que somos na nossa estrada
doce caminho que às vezes nos dói
desde o começo
devemos sempre esperar uma pedra
pronta para nos fazer desviar
ou esfolar o dedo

E assim vai
por toda a nossa estrada
não se pode evitar as pedras
mas muitas vezes podemos evitar a topada
conforme o tempo e o espaço
que, a nós outros
foram reservados

Diz-se que ser bom
é compreender os outros
e uma ruma de outras coisas
que só os santos
são capazes de constantemente fazerem
Mas nós!
Só uma vez por outra
e ainda muito cautelosamente
mesmo se sabendo a quém

Na sagrada senda da vida
em cada pedra
pode está um nosso rival
camuflado pelas astúcias do acaso
ou pelas peripécias da coincidência

Não nos enganemos
com nenhuma das duasporque a carne
só possui o valor da mesma carne
desintegração e pó

Quando uma pedra
no teu caminho te arrancar a unha
não maltrate cujo corpo
que alí tentou tomar o teu espaço
mas levanta-te
dentro de tí mesmo

Curva-te ao inimigo morto
e o remova para um outro lugar qualquer
ou o arremesse para os confins do infinito
conforme o seu modo de pensar
no que diz respeito aos mortos

Evitem lançar o corpo:
a pedra, a cinza, o pó
ou enviarem as maselas da terra
ou até mesmo dos mares
para lugares
aonde nós mesmos
vamos ter que limpá-los
para depois sermos terra

Tudo precisa de purificação
e de lugar - no mínimo
menos infecto possível

Todos os cantos e recantos
são puramente santos
Lugares universais da matéria bruta

Não pense ofender o mar
quando a ele entrega o que for ruim
basta saber pedir o que deseja
e depois saber agradecê-lo

Então
ele vai se sentir desagravado
Todos os deuses são assim
e o ser humano
é livre entre os espíritos
e a ciência
pode pesquisar se quiser

Chega-te para o mar
e humildemente
derramas o fel
que te desproporciona a vida
e espera a devolução sem te orgulhar

Tudo docemente te será devolvido
desde que os teus pensamentos
tenham sido bons
- Só nalguns livros
há sempre uma excessão
Trata-se - da promiscuidade do homem
que só ele mesmo
tá condenado a solvê-la

Somos natural da própria natureza
mas muitas vezes
não somos dígnos da sua naturalidade
óbviamente
desrespeitando os limites

Em nossos caminhos
mesmo entre as pedras
somos apenas um pó
Uma consciência desmanchada que
nem sequer
sabe respeitar a sí próprio
nem na sua procedêcia
e nem no seu proceder

Somos como um carrasco de nós mesmos
e por isso mesmo
um século nos parece um segundo
e um erro mortal
nos parece um equívoco 
de menor importância!

E assim se vai a beleza da vida 
sem se dar conta
que já só nos resta a morte

O máximo
deve ter anestesiado a alma humana
e extraído a sua consciência
e nos tornado enfêrmos

Sinto-me sobre um túmulo 
ou quem sabe - sobre um alta
Não sei se sou um santo ou um demônio
só sei que o sadismo da minha raça
regenerou-se em mim

Crer nas leis até que eu concordo
mas em quem as fez
vou continuar achando
um tanto quanto perigoso

Ainda bem que não temos aqui
a lei que nos obriga morrer!
Não que as leis daqui
devam ser credibilizadas
pelo que elas nos obrigam
mas pelos deveres
que nelas se referem

Pois a lei que comete um crime
de não deixar viver seja lá quem for
é contrário do que se diz aqui:
Todos têm direito à vida
saúde e educação!

Mas será que é verdade
essa norma que a Ônu fez
e o mundo inteiro a publicou
através da Unicefe

Sei não! Aqui deixo minhas dúvidas
e como exemplo: A África.
Se assim tem que ser
que seja verdade
porque honra e dignidade
não são nada sem a opção de status
coisas da mansão dos ratos

Há de se ver essas duas linhas
num só paralelo
não obstante os rumos
ou o horizonte a ser ocupado
há também quem diga
que coisa-com-coisa
é coisa de louco ou de analfabeto

... e nem se precisa fazer tese alguma
para acusá-lo ou defender-nos
isso é confiar em democracia
mesmo sabendo da sua inexistência

No plano físico
tudo enfim tem o seu limite
assim também como no espiritual
e ninguém pense que o céu
seja maior que o inferno
ou vice-verso

Pois o céu, e o inferno
limitam-se dentro de nós mesmos
A dor que nos arranca do corpo
pela inconsciência do ser
é a mesma que o desmaia
para fazer as mudanças psicofísicas
Sejam elas:
da razão
do instinto
ou da emoção

Na cidade ou na selva
lobo,leão e homem correm o mesmo risco
de serem um só
nas artimanhas do medo e da fome

Ambos na solidão se perdoam
mas mediantes as suas prezas
jamais anistiarão uns aos outros
e de um certo  modo
se condenam morrerem lentamente

O homem, o leão e o lôbo
se revestem com aidolatria
enquanto as suas prezas se despem
dos seus direitos de culto
como todos os povos

Jejuar é a melhor terapia para o mau-conduta
e isso se pode fazer gradualmente a força
Não como fizera Adolf
lá pelas concentrações e guêtos
mas os homicidas devem ser inscritos
nos arquivos mortos

... porque nem todos os povos
aceitam ver os óbitos
desse tipo de personagem
que ontem viveu entre humanos

Eles não morrem entre os tiranos
suas atitudes permanecem vivas
porque a raça humana
sente a vergonha do seu próprio ser

Só em se ver
- o vél emborcado no teto
e o pano vertical da parede
- o cimento
ou simplesmente
a argíla que nos calça  o pé
são espelhos
que nos mostram os perfís humanos...


Manoel Messias Santos o pensador

O PRISIONEIRO DA HUMILDADE

Se o prisioneiro da humildade
fosse o contrário
Eu diria
Pobre homem

Mas na verdade ele é sábio
e o sábio não sabe se é sábio

Aliás
o sábio nem sabe se sabe
ele simplesmente diz

Agora eu nem sei se sei
quem realmente sou
sei apenas
que jamais poderei ser um sábio

Pelo menos isso
acho que reconheço
não posso passar de um poeta desses
que também não passa de um falador

Talvez eu até mereça
por tudo isso! Um castigo
Pois, pelo que tanto escrevo
quase nada digo

Por isso
devo ser um tôlo!
Sem saber o que realmente é.

GENÉTICA IMUTÁVEL

Infelizmente, ó semelhança minha
não te posso dar ouvidos, como gostaria
- os teus atos, são como a erva daninha:
Envenenam e matam, com alegria!

Portanto, não te posso resar, uma ladaínha
nem te entoar um canto: de calma ou de euforia!
Porque nada disso, com certeza vinha
mudar, a tua vil genética, ou teoria...

Quem nasce pra ser: abelha, rainha
jamais ousaria - ser, um zangão!
Para sòzinho morar, numa casinha.

Tudo isso, se refere a tí, com exatidão!
Pois, não vou dizer que sou, como a ovelhinha
mas pelo menos, te serei franco, como o cão.

VALSA INESQUECÍVEL

Como dois sabonetes
brilhavam seus olhos
na madrugada de outubro
todos em sí
se alegravam alí
menos o sorriso aniversariante

Que
nem com a dança
da valsa inesquecível
foi possível
reter a sua lembrança num olhar distante

Ó pensamento esnobe
por que procuras o momento incerto
para relembrar alguém
de alguém
que um dia tão perto
seria o ideal para estar alí

E quem sabe se não estava em redor
tentando cicatrizar a ferida
que um dia a procurou para o peito
sem saber que a sua dor
explodiria tanto quanto
um pranto
a nitroglicerina

E a dançarina - ainda inibida
descontraindo-se forjava um sorriso
trínico de criança triste
que mesmo estando em seu baile
e de branco
parecia bailando sòzinha
no meio da multidão da festa

Era a solidão - machucando o peito
e a alma da sua própria inocência
cuja alegria
era pesarosamente dolosa
como se tudo presente
fosse um vazio paterno
que jamais preenchiria
a dança daquela valsa.