AS DUAS FACES DO BRASIL
As duas faces do Brasil, desde 1587 - quando o pesquisador Gabriel Soares publicou o tratado descritivo do Brasil em Lisboa; catalogou-se um grande acervo de documentos importantes, dentre eles, um pouco mais de (200) duzentos anos depois, se encontrava uma publicação de José Bonifácio, intitulada "Memórias Sobre Os Diamantes Do Brasil", publicada na França; e daí para cá o brasileiro que, óbviamente ainda é o índio, não teve mais um minuto sequer da sua ex, e tão merecida privacidade.
Fernão Dias, Borba Gato e até o Marechal Rondon, afora centenas de outros expedicionários, em suas diversas explorações; e enquanto isso, despiram o Brasil para o mundo inteiro... E lá se vem as emigrações italianas para a labuta do café, e assim começou: De todos os lados da terra chegava gente, e como se não bastasse! De quinze em quinze dias, atracavam navios repletos de escravos; trazidos de todos os lados, especialmente da África.
... E daí veio a nossa miscigenação, cujo produto dessa imensa mistura o chamaram de brasileiro; portanto, plastas e células que constituem o sangue das nossas veias, é o resultante de muitas raças... Inclusive de várias realezas, indígenas e africanos escravisados. Um verdadeiro coquitel de instintos e convicções humanas.
Daí, dar para se entender um pouco - a atitude do (27º) vigéssimo sétimo rei de Portugal, quando no Brasil, precisamente em São Paulo e à beira do Ipiranga, gritou: Independência ou morte! Reacendendo-se o mesmo tipo de defesa, (30) trinta anos depois pelo seu próprio filho, investindo contra Rosas e Oribe; pois não era esse o regime que, desde o começo o Brasil desejava.
E proximadamente (35) trinta e cinco anos mais tarde, sua filha Izabel aboliu definitivamente a escravatura, e no ano seguinte o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca proclamou a república, e através do congresso foi eleito presidente; emboras já sendo o governo provisório; e aí começou a dupla visão política, através de Peixoto, (o marechal maçon), até 1930.
Daí em diante a peteca caiu nas mãos do gaucho Getúlio Dornelles Vargas, em seu governo provisório nomeou interventores, dissolveu o congresso, criou ministérios e dotou o país de uma legislação trabalhista; essa atitude de Dornelles desagradou muita gente, inclusive o general Góis.
Entre 1933 e 1934, foi elaborada a Carta Política pela Assembléia Constituinte, e o país voltou a regime constitucional; mas o velho advogado teve que enfrentar dois perigosos levantes, dentro de (2)dois anos...
Primeiro, o dos comunistas em 1935, e segundo o integralista de Plínio Salgado em 1937; então, Dornelles no seu golpe de estado, instituiu no país um estado novo, e a sua nova constituição foi elaborada pelo jurista Francisco Campos, e permaneceu na presidência até 1945; pressionado pelo povo, remodelou a legislação, declarou guerra, criou institutos e ainda convocou eleições. Mas foi deposto antes pelas Forças Armadas; mais mesmo assim, jamais permitiu que facções anti-democráticas prevalecessem no Brasil.
Cinco anos depois, foi eleito à Presidência da República por (14) quatoze estados; este seu governo criou a Petrobrás, a Eletrobrás e em agosto de 1954 suicidou-se, como prova de renúncia perpétua e eterna.
Em seu testamento existia um bilhete que dizia:
"Deixo à sanha de meus inimigos o legado de minha morte". E entre todas as palavras de vítimas da violência brasileira, há sempre a voz da injustiça e o tom do amor fraterno, pelo patriotismo que se tem. Mas isso não é tudo para se esquecer uma década. Em 1964, os generais voltaram; primeiro o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, e seguida foram mais (26) vinte e seis anos de repressão; aí sim! Não foi um regime totalitário, mais foi uma ditadura acima de tudo militar, aonde asfixiam-se as disciplinas civís, e não há sangue miscigenado que resista isso por muito tempo, mesmo porque o autoritarismo nos fez arrepiar os pêlos, enrigecer os músculos e tremer a mente ; não sei se exatamente para tudo isso possa existir uma razão formal; Um motivo e uma exatidão correta... A única coisa que se sabe
e que talvez até possa se encaixar nisso, é que quando uma família, ou um grupo, uma comunidade ou um distrito, um município ou um estado, ou até mesmo um país não cumprem as ordens superiores, a tendencia das pessoas nos redutos dessas jurisdições, é revolucionarem entre sí, centenas e centenas de ideologias próprias; num verdadeiro jogo de arena, aonde cada grupo tem a sua torre de babel, para transmitir a sua própria desordem!
Isso quer dizer que, ninguém quer respeitar ninguém através das leis; ou nem mesmo pela própria razão de ser. O que na verdade não é bom.
Agora, o verdadeiro mal desse regime, é a concentração de poder que, quando muito se subdivide, mas sempre fica sob a custódia autoritária de oficiais; totalmente ineficiente no que diz respeito ao tratamento em massa; pois nem só austeridade pode ser gritada nos ouvidos do povo, principalmente quando ele sente que o seu governo começa usar o abuso do poder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário