INTRODUÇÃO
A vida humana é uma
caminhada, é uma carreira que é proposta a cada ser humano(Hb 12:1). Deus, ao
criar o homem, propôs para ele uma caminhada, uma carreira e sua proposta tem
como finalidade, levar-nos até a Formosa Jerusalém Celestial. Somos convidados
a seguir um caminho, pois, como nos ensinou Jesus, há dois caminhos: o caminho
estreito, que nos conduz a salvação, que é o próprio Jesus(Jo 14:6), cujo fim é
a Jerusalém Celestial, e o caminho largo, que conduz à perdição, que leva ao
lago de fogo e enxofre, que foi feito para o diabo e seus anjos(Mt 25:41;Ap
20:15). Nesta caminhada para a Jerusalém Celestial, devemos, em primeiro lugar,
como nos ensina Enoque, andar com Deus. Andar com Deus exige que nEle creiamos,
pois sem fé é impossível agradar a Deus( Hb 11:6).
Considerações Preliminares
A Formosa Jerusalém
Celestial, esta que foi vista por João, que de Deus descia do Céu, conforme
descrita em Ap 21:10, não poderia ser a Jerusalém Terrestre e nem tão pouco o
Céu, pois João viu descendo do Céu. Ela é "... a cidade que tem
fundamento, da qual o artífice e construtor é Deus"(Hb 11:10), na qual
Abraão, pela fé, esperava morar. Abraão não morou e nem irá morar, jamais, na
Jerusalém terrestre, porém, juntamente com todos os outros santos, tal como ele
creu, ele morará na Jerusalém Celestial. Ela é a cidade desejada por Paulo,
quando disse: " Mas a nossa cidade está nos céus...."(Fp 3:20). Ela é
"... o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles
serão o seu povo e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus"(Ap
21:3). João viu descendo do céu. Isto, por certo, deverá acontecer no Início do
Milênio. Ao descer do céu, Ela não tocará a Terra, mas, como um Satélite,
ficará entre o céu e a terra, sobre a Jerusalém terrestre, de onde poderá ser
vista, quando, durante o Milênio, as nações e os reis da Terra subirem à
Jerusalém para adorar a Deus, conforme declara Zacarias 14:16: "E
acontecerá que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra
Jerusalém, subirão de ano em ano ara adorarem o Rei, o Senhor dos
Exércitos...".
Da Jerusalém Terrestre
Acreditamos que
levantarão seus olhos e verão, de longe, A Formosa Jerusalém Celestial, pois
"...não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e
mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro?(Ap 21:27).
É, pois, desta Jerusalém Celestial, que estaremos falando, nesta Lição.
Cremos que o Céu é
real, o corpo de Cristo é Real e não um "espírito" e o nosso será
como o dEle " Foi o Senhor Jesus quem disse: "Não se turbe o vosso
coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas
moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E
quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim
mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também"(Jo 14:1-3). O Senhor
Jesus quando veio à terra, tomou um corpo real. Os gnósticos, e outros hereges,
diziam que ele era um ?espírito?. Porém, o Apóstolo João desfez aquela mentira,
dizendo:" O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os
nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da
vida"(1 Jo 1:1).O Corpo de Jesus era real, era palpável, podia ser tocado
pelas mãos dos homens. Para vir à Terra ele tomou um Corpo igual ao nosso;
quando nós formos para o Céu, ele nos dará um corpo conforme o dele. Ele
"...transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso..."(Fp
3:21). Como o nosso corpo, com o qual seremos levados para o céu, no Dia do
Arrebatamento, será conforme o corpo de Jesus, então nós receberemos um corpo
real, palpável. Não seremos, apenas, "uma fumaça". O corpo, com o
qual Jesus ressuscitou, não era um corpo intangível, não era uma simples
"fumaça". Ele podia ser tocado pela mão do homem (Ler Lucas
24:33-44). Nesta passagem, Jesus mostrou aos discípulos as ?mãos e os pés?,
porque neles estavam, como ainda estão, as marcas dos cravos com os quais ele
foi pregado na cruz. Quando Ele vier, no Dia da Revelação do Senhor, antes do
Milênio e no final da Grande Tribulação, os judeus, ao vê-lo, perguntarão:
"..Que feridas são estas nas tuas mãos" Dirá ele: São feridas com que
fui ferido em casa dos meus amigos(Zc 13:6).
Ainda naquela
oportunidade em que apareceu aos seus discípulos, para provar-lhes que o seu
corpo era real, ele perguntou-lhes "...Tendes aqui alguma coisa que comer?
Então, eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado e um favo de mel, o que
ele tomou e comeu diante
O mesmo aconteceu em relação a Tomé ? Veja João 20:25-57
Estas e outras
passagens bíblicas mostram-nos que o corpo de Jesus, ressuscitado, não era
semelhante a uma "fumaça", nem tão pouco um "espírito". Seu
corpo não apenas era palpável, podia ser tocado, como também Ele podia ser
reconhecido como sendo Jesus. Maria, ao vê-lo, no Jardim O reconheceu:
?Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer,
Mestre) (Jo 20:16). Não foi necessário Jesus se identificar, nem ela perguntar
quem ele era. Ela reconheceu que era Jesus. O mesmo aconteceu depois, junto ao
Mar de Tiberíades, num novo encontro com os seus discípulos: Disse-lhes Jesus:
Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo
que era o Senhor(Jo 21:12). Este foi o corpo com o qual Jesus ressuscitou. Foi
com este corpo que Ele subiu ao Céu Veja Atos 1:9-11.
Sabemos, pela
Bíblia, que quando Ele vier, então este nosso corpo corruptível e mortal será
transformado: Porque convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade(1 Co
15:53).Será, pois, nesse dia, que o Senhor Jesus ...transformará o nosso corpo
abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de
sujeitar também a si todas as coisas(Fp 3:21).
Se eu soubesse que,
na eternidade, seria apenas uma "fumacinha", vagando na imensidão de
um céu irreal, sem identidade, despojado de minha personalidade, não sabendo
quem eu sou e nem quem eu fui, de onde vim e o que estou fazendo ali, então, eu
não gostaria de estar lutando para viver nesse céu!
Todavia, pela Bíblia
, eu sei que existe um Céu, que este Céu é real, que o Senhor Jesus o identificou
como sendo a 'Casa de meu Pai". Que lá eu terei um corpo semelhante ao de
Jesus, real, tangível, glorioso. Que eu terei uma identidade, que vou saber
quem sou, como cheguei até ali, que vou poder servir, e adorar, eternamente o
meu Salvador e Redentor, aquele que é diferente de mim, porque eu não terei nas
minhas mãos e nos meus pés, os sinais dos cravos.
Nesse Céu que é
real, está A Gloriosa Jerusalém Celestial. João a viu descendo do Céu. Ela é,
também, uma cidade real, não apenas um símbolo.
I A REALIDADE DA NOVA JERUSALÉM
Existem duas
correntes de pensamentos: uma ensina que A Formosa Jerusalém Celestial é,
apenas, um símbolo da Igreja; outra, crê e ensina ser ela uma Cidade Real.
Com relação á
primeira corrente de pensamento, tem como base a seguinte passagem bíblica:...
Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou-me em espírito a um
grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de
Deus descia do céu(Ap 21:9-10). Baseado nestes dois versículos, muitos crêem e
ensinam que A Nova Jerusalém é apenas um Símbolo da Igreja, a esposa, a mulher
do Cordeiro.
Sabemos que no
Antigo Testamento, a Nação de Israel era denominada como sendo A Esposa de
Deus, especialmente no Livro do Profeta Oséias, e que no Novo Testamento a
Igreja é apresentada como sendo uma Noiva , e que, depois do Arrebatamento,
depois de sua união permanente com Jesus, será chamada de esposa, a mulher do
Cordeiro.
É claro que, para o
homem natural, aquele que não tem "a mente de Cristo", para os
Teólogos sem Deus, é, impossível aceitar que A Formosa Jerusalém Celestial seja
uma realidade, ou um lugar real.
Exigir que um homem
sem Deus, possa admitir que existe esta Cidade e que ela é real, e literal, seria
exigir demais. Nós, contudo, sabemos que As coisas que o olho não viu, e o
ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou
para os que o amam(1 Co 2:9). Dentre estas coisas que Deus preparou para os que
O amam está A Formosa Jerusalém Celestial, preparada para ser a morada eterna,
da Igreja, a ?esposa, a mulher do Cordeiro. Isso não é um símbolo, porém, é uma
realidade.
Com relação à
segunda corrente de pensamento, a Formosa Jerusalém Celestial, é uma cidade
real, visível, palpável; uma cidade que tem fundamentos e cujo Artífice e
Construtor é o próprio Deus.
Abraão pôde crer na
existência desta cidade; viveu aqui na Terra, porém, não fixou nela as suas
raízes. Ele tinha os pés na terra e o pensamento no céu. Era diferente de
muitos pregadores de hoje, os quais induzem o povo a pensar e a lutar pela
conquista dos bens terrenos. Com relação a ele a Bíblia diz: Pela fé Abraão,
sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e
saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em
terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma
promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e
construtor é Deus(Hb 11:8-10). Hoje nós sabemos, pela revelação que foi dada ao
apóstolo João que esta cidade é A Formosa Jerusalém Celestial. Abraão creu na
existência desta cidade. Não sabemos como ele teve essa revelação, mas ele
tinha convicção de que ela existia.
Paulo, cria, como
creu Abraão, por isto dizia que: ... a nossa cidade está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo(Fp 3:20).
Nós, também, podemos
crer, como creram Paulo e Abraão. Nós somos crentes, por que cremos. Fomos
chamados para crer. Não necessitamos de ver para crer, mas cremos, para ver.
Por isto temos a viva esperança não apenas de ver, mas de morar, eternamente,
na Formosa Jerusalém Celestial.
Aquele que não tem
...a mente de Cristo(1 Co 2:16), não pode, em hipótese nenhuma, crer que esta
cidade existe, que é real, tangível, que não é o Céu, mas, que está no Céu, e
que, de lá, descerá à Terra, ou até próximo dela, quando o Senhor Jesus Cristo
vier para implantar seu reino aqui na Terra, conforme o Apóstolo João escreveu-
Ler Ap 21:9,10. O fato deste acontecimento estar colocado no Livro de
Apocalipse depois do Milênio, e depois do próprio Juízo Final, não significa
que ele irá acontecer depois deste dois acontecimentos. A Nova Jerusalém, ou a
Jerusalém Celestial, descerá do Céu, antes do Milênio, e estará no seu local
apropriado durante o Milênio. O Anjo que falou com João e que levou a um Alto
Monte, mostrando-lhe A Santa Cidade que de Deus descia do Céu, era um dos anjos
que tinham as sete taças cheias das últimas sete praga.... Depois do Juízo
Final, no estado eterno, não haverá mais Anjo com taças cheias de pragas. Este
Anjo que falou com João é um dos sete anjos vistos em Ap 15:1: E vi o outro
grande e admirável sinal no Céu: Sete anjos que tinham as sete últimas pragas,
porque nelas é consumada a ira de Deus. Estas sete taças serão derramadas no
final da Grande Tribulação. Assim, se aqueles que não tem ... a mente de
Cristo, não podem crer, nós, contudo, cremos que Deus criou A Formosa Jerusalém
Celestial e que ela descerá do céu e que estará sobre a cidade de Jerusalém
terrestre, pela mesma força que sustenta toneladas de águas presas pelas nuvens
e que sustenta a Terra, suspensa sobre o nada, conforme escreveu Jô(Jó 26:7-8).
Ela será vista pelos habitantes da Terra durante o Milênio.
II A GRANDE E BENDITA ESPERANÇA DO POVO DE DEUS
1) A experiência de
Abraão O exemplo de Abraão deve ser seguido por todos nós. Ele nos mostra que,
para que possamos chegar à cidade celestial, não podemos nos prender às coisas
desta vida, bem como estar no mundo sem ser do mundo. Abraão viveu como
peregrino na terra de Canaã, nunca fincou raízes na terra, embora ela lhe
tivesse sido prometida, sempre habitando em cabanas, ou seja, tendo residência
móvel, sem ter qualquer interesse em seFIXAR
. O único pedaço de
terra que lhe pertenceu, na Palestina, foi seu sepulcro, situado em Macpela, e,
mesmo assim, comprado junto aos moradores do local, os heteus (Gn.23:1-20).
Do mesmo modo, quem
quiser habitar a Formosa Jerusalém Celestial, não pode se prender às coisas
desta vida. Deve, sim, viver no mundo onde está, relacionar-se com as demais
pessoas, exercer as atividades próprias de um ser humano que vive entre seus
semelhantes, mantendo sempre a diferença e a sua característica de peregrino,
de pessoa que não pertence aos valores desta vida nem se prende por eles.
Abraão não era sectário, que se isolava dos moradores da terra, mas, sem se
isolar deles, também a eles não se misturava de modo algum. Sua esperança era a
cidade celestial e, para tanto, submetia-se a Deus e se comportava de um modo
agradável ao Senhor. Não cobiçava as riquezas do local(como vemos ao recusar aOFERTA
do rei de
Sodoma). Este é o comportamento de quem almeja morar na Formosa Jerusalém
Celestial.
2) Pensando nas
coisas que são de cima É por falta de visão do Céu que o crente se prende e se
envolve com as coisas da terra, e até do mundo. Paulo, contudo, diz: Portanto,
se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo
está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas
que são da terra(Cl 3:1,2). Dentre as coisas que são de cima, e nas quais
devemos pensar, é A Formosa Jerusalém Celestial.
O cristão sincero e
verdadeiro é um peregrino nesta terra. Não pode jamais deixar de ter a visão de
que está apenas de passagem neste mundo e que o fim de sua vida é morar para
sempre com o Senhor. Devemos olhar para Jesus, o autor e consumador de nossa fé
(Hb.12:2), e isto significa que devemos ter a nossa mente no céu, onde o Senhor
está (Jo.3:13; Ef.6:9).
O crente deve se
comportar como Abraão, andando como peregrino neste mundo e sabendo que aqui
não é o seu lugar de descanso(Mq 2:10) .O cristão não deve se envolver pelas
coisas desta vida nem mesmo pelos argumentos daqueles que tentam nos fazer
descrer da promessa de uma pátria celestial, atitude que, como nos ensina
Pedro, é própria daqueles que não têm comunhão com o Senhor (II Pe.3:3,4).
Devemos manter o nosso alvo e, com alegria, dedicação e santidade,
prosseguirmos confiantes na promessa de um novo céu e de uma nova terra onde
habita a justiça (II Pe.3:13,14).Enquanto é tempo, desprendamo-nos das coisas
materiais, não assumamos nem sejamos coniventes com doutrinas e ensinos ditos
cristãos que privilegiam a posse de bens materiais, a prosperidade material,
porque, se assim fizermos, não seremos achados dignos de morar na nova Jerusalém,
onde nada disso tem valor.
III ? O QUE É A NOVA
JERUSALÉM
1) Definição - A
Nova Jerusalém é a cidade celestial que foi feita para ser o local onde Deus
habitará juntamente com os homens que Lhe foram fiéis e aceitaram a suaOFERTA
de submissão e
obediência à sua Palavra. A Nova Jerusalém é o local que substituirá o Éden
como morada de Deus com os homens. Ela é explicitamente mencionada e revelada
no capítulo 21 do livro do Apocalipse, mas, antes da visão do apóstolo João, já
havia referências a ela nas Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado
existir um lugar que seria por Ele preparado para que os seus servos nele
habitassem para sempre com o Senhor (Jo.14:3).
É a restauração da
convivência completa e perfeita entre Deus e os homens que havia antes que o
pecado causasse o atual estado de divisão que existe entre Deus e a humanidade.
Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida por completo,
ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo, de vermos Deus como ele é (I
Jo.3:2).
O objetivo de Deus é
fazer com que tenhamos, novamente, um lugar onde possamos habitar com Deus, e a
Nova Jerusalém é este local. Mas, se bem analisarmos, veremos que o Senhor é
tão maravilhoso que, ao invés de tão somente substituir o Éden, proporcionou um
lugar melhor do que o Éden. Ao vermos que a Nova Jerusalém é superior ao Éden,
temos que concluir que os bem-aventurados que nela puderem entrar (cfr.
Ap.22:14) reconhecer-se-ão uns aos outros, serão pessoas conscientes de onde
estão, de quem são e porque ali estão. Muitos se indagam se, no céu, nós iremos
ter noção de quem somos, de onde estamos e que o que estaremos a fazer. Muitos
acham que, como a Bíblia afirma que não nos lembraremos mais de nossas dores e
tristezas deste mundo, seremos pessoas sem noção do que fomos aqui na Terra e
não teremos condição de nos reconhecermos uns aos outros nos céus. Entretanto,
não entendemos assim. Por que Deus salvaria milhões e milhões de homens, para
com eles habitar, se estes homens não tivessem sequer a noção de quem são, de
quem é Deus e de onde estão Como homens que venceram o pecado, que combateram o
bom combate, que foram fiéis até o fim, passariam a eternidade sem a mínima
noção de quem são Como poderiam homens glorificados terem menos consciência do
que quando viviam ainda numa natureza sujeita ao pecado Certamente que homens e
mulheres remidos, vivos para todo o sempre, não terão motivo algum para se
lembrarem ou se amargurarem com sofrimentos, pesares, recordações do tempo em
que viveram nos antigos céus e terra. Agora, o fato de não nos lembrarmos, de
não ficarmos presos a fatos passados, em absoluto significa que seremos
verdadeiros zumbis no céu, sem saber sequer quem somos. Deus, pelo seu caráter,
jamais iria realizar um plano para a salvação do homem que quis conhecer o bem
e o mal, para ter adoradores inconscientes e sem noção sequer de quem são. Como
poderá o homem, na eternidade, louvar e bendizer ao Senhor, para todo o sempre,
sem sequer saber quem é e que existem outras pessoas ali juntamente com ele
Definitivamente, não é esta idéia concordante com o que as Escrituras afirmam
ser o nosso Deus.
2) A localização da
Nova Jerusalém É importante verificarmos que a nova Jerusalém já está vindo
para ocupar o seu devido lugar no novo universo que será formado. Jesus afirmou
que a nova Jerusalém já existia ao tempo de Seu ministério terreno. Sua
assertiva é bem clara: na casa do meu Pai, há muitas moradas, se não fosse
assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. A cidade santa já existia e
já tinha muitas moradas. Embora ela existisse, porém, o homem não poderia
habitá-la, ou seja, o homem não estava preparado para poder ingressar nesta
cidade, precisamente porque tinha suas vestes manchadas pelo pecado.
Todos nós sabemos
que há grandes restrições para que alguém entre nos Estados Unidos da América.
É preciso que a pessoa obtenha visto do governo norte-americano para ali
ingressar e são várias as modalidades de visto. Os Estados Unidos existem, têm
milhares de cidades, com casas, edifícios, mas não há lugar algum preparado
para aquele estrangeiro que não tiver visto para ali entrar. No dia em que lhe
for providenciado um visto, ele ali poderá entrar, ele ali terá lugar, enquanto
não, não. Pois é exatamente o que ocorre com a Nova Jerusalém. Jesus afirmou
que a cidade já existia, que tinha muitas moradas, mas o lugar ainda não estava
preparado, porque não havia como o ser humano conseguir ali entrar. Era preciso
que alguém morresse e pagasse o preço da desobediência e, assim, retirasse a
espada que impedia o acesso do homem à árvore da vida (Gn.3:24). Esta espada
foi retirada por Jesus, quando morreu por nós na cruz do Calvário (Lc.2:35) e,
assim, nos abriu um novo e vivo caminho que nos introduz à Jerusalém celestial
(Hb.10:19-23).
Engana-se quem pensa
que a Formosa Jerusalém Celestial descerá do céu depois do Juízo Final, pois
ela tem descido desde que teve seus lugares preparados para os homens. A partir
de então, esta cidade maravilhosa vem continuadamente vindo em direção à Terra.
Chegará à área das regiões celestiais, hoje habitadas pelas hostes espirituais
da maldade, no instante do Arrebatamento da Igreja. Depois, já com a Igreja
arrebatada em seu interior, continuará a descer e atingirá a atmosfera
terrestre exato sete anos depois, quando, então, ocorrerá a batalha do Armagedom.
Após essa batalha, receberá em seu interior, os que completarem a primeira
ressurreição(as duas testemunhas, os 144.000 e os mártires da Grande
Tribulação). Em seguida, nos ares de nossa atmosfera, pairará durante todo o
Milênio. Por fim, ao término do Milênio, ocupará o seu devido lugar, nos novos
céus e nova terra, que substituirão os antigos céus e terra. A Nova Jerusalém
seria, assim, como uma super e gigantesca estação espacial a caminho da Terra.
3) Suas Dimensões -
A mente humana, sem a unção do Espírito, não consegue imaginar a existência de
uma cidade com as dimensões e o formato descrito por João: E a cidade estava
situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu
a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e
altura eram iguais(Ap 21:16). João procurou dar uma descrição pormenorizada.
Para isto usou exemplos e figuras, procurando aproximar-se da realidade. Uma
realidade muito além daquela de seu tempo. João mediu a cidade até doze mil
estádios, isto é, cerca de 2.200km lineares de área construída, ou
4.840.000(Quatro milhões oitocentos e quarenta mil) quilômetros quadrados de
superfície. Mas observe que a cidade é um cubo, e as medidas descritas acima dá
um volume de 10.648.000.000km3, o que é quase o volume do próprio planeta
Terra, que é de 10.810.000.000Km3 , ou seja, A Formosa Jerusalém Celestial tem
praticamente o mesmo volume do planeta, ou seja, há lugar suficiente para quem
quiser aceitar a Cristo como Salvador (observando que o planeta não pode ser
ocupado pelo homem senão em parte ínfima, já que 2/3 é de água e a crosta
terrestre tem uma dimensão extremamente diminuta em relação ao volume do
planeta, ou seja, há muito mais lugar na cidade santa do que na própria Terra
para o homem).
4) Seu aspecto - A
descrição da Nova Jerusalém é sublime e nos enche de gozo e nos faz pensar,
como o poeta sacro, que, se é glorioso pensar nas grandezas dali, que não será
desfrutá-los e é por isso que o apóstolo Paulo nos conclama a jamais
desanimarmos nem desistirmos, por maiores que sejam as provas e as lutas, pois
??as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em
nós há de ser revelada.? (Rm.8:18). No entanto, não devemos nos esquecer que a
nova Jerusalém é de outra dimensão, da dimensão celestial e que, portanto,
muito de sua descrição é figurativa, é alegórica, não pode ser compreendida
literalmente, pois se trata de uma descrição feita por Deus aos homens para que
pudéssemos compreender, na limitação da nossa mente, o que nos está reservado,
pois é algo que está muito além de nossa parca imaginação (I Co.2:9).
Em primeiro lugar,
devemos observar que a nova Jerusalém tem a glória de Deus (Ap.21:11). A glória
de Deus é uma característica típica dos lugares santos, como vimos na lição 5
deste trimestre, e, por isso, a nova Jerusalém é o lugar santo por excelência e
nela não haverá necessidade de templo, pois o seu templo será o próprio Deus.
Em segundo lugar,
vemos que a cidade tem doze portas, com os nomes das doze tribos de Israel e o
muro da cidade, doze fundamentos, com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
Isto, naturalmente, é uma linguagem figurada para nos mostrar que o fundamento,
a razão de ser da convivência eterna com Deus é a salvação na pessoa bendita de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pode, também, significar que a Igreja que
ali está, foi a Igreja que ensinou e que viveu de acordo com a Doutrina dos
Apóstolos.
Em terceiro lugar,
vemos que a cidade é um cubo, com 2.200 km de comprimento(Vide comentário no
item 3).
Em quarto lugar, a
cidade tem um muro, ou seja, é protegida, é organizada. João descreve A Formosa
Jerusalém Celestial, procurando, com certeza, traduzir para o entendimento tudo
o que seus olhos contemplavam. Nada impede que seja real, todavia, podemos
imaginar que ele simboliza a segurança absoluta em que estarão os seus
habitantes. Uma muralha bem fortificada era símbolo da segurança da Cidade. A
Babilônia era considerada uma cidade inconquistável, por causa de suas
muralhas. Segundo os historiadores, ela era circundada por uma muralha de 96
quilômetros de extensão, 90 metros de altura por 25 de espessura. Possuía 250
torres e 100 portões de cobre. Dentro destas muralhas a cidade tinha condições
de resistir a um cerco de 20 anos. O Rei Belsazar sentia-se seguro, a ponto de
celebrar uma grande festa em seu palácio, embora Babilônia estivesse cercada,
há dois anos, pelo exército de Ciro. O Muro da Formosa Jerusalém Celestial é
mais alto que um prédio de vinte andares ? cento e quarenta e quatro côvados,
considerando-se as diversas variações do côvado, podemos dizer que o Muro tinha
de altura cerca de uns setenta metros. Mas é uma forma clara de o Senhor nos
revelar que a nova Jerusalém é um local de ordem, de organização, de proteção
divina e onde o Senhor estabelecerá o seu domínio para todo o sempre.
Em quinto lugar, a
cidade é descrita como contendo pedras preciosas e ouro, ou seja, aquilo que é
mais venerado e procurado pelos homens que não têm a perspectiva da eternidade,
aqueles que servem às riquezas e, por isso, não podem servir a Deus (Mt.6:24;
Lc.16:13), é tão somente adorno, enfeite e material para aspectos secundários e
supérfluos na cidade santa. Os muros são feitos e ornados de pedras preciosas,
as ruas, de ouro. Os remidos pisarão em ruas de ouro, ou seja, os valores
materiais, aquilo que os homens tanto veneram e respeitam em nossa vida
secular, nada representam na vida celestial.
Em sexto lugar, a
cidade não necessitará de sol nem de luz, porque será iluminada pela glória
divina e, mais, terá o Cordeiro como sua lâmpada (Ap.21:23).
Em sétimo e último
lugar, a cidade apresenta o rio puro da água da vida, claro como cristal, que
procede do trono de Deus e do Cordeiro e, no meio da praça, a árvore da vida,
que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, cujas folhas são para
a saúde das nações (Ap.22:1,2). Esta linguagem, igualmente figurada, fala-nos
da eternidade de que desfrutarão os habitantes desta santa cidade.
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