Cortador, Migrador,
Devorador e Destruidor - Doutrina de Deus ou dos demônios?
“Mas o Espírito de Deus expressamente diz que
nos últimos tempos apostarão da fé, dando ouvido a espíritos enganadores, e a
doutrinas de demônios;” (I Timóteo 4; 1)
Nunca a igreja de
Cristo foi tão assolada por ensinos controversos, heréticos e nocivos quanto a
sua missão de libertar vidas e preparar-se para o dia do encontro com seu
esposo nas nuvens, como nos dias atuais. Não há dúvidas que a igreja vive
os últimos dias que antecedem a volta do Filho de Deus para arrebatá-la.
Sabendo disso, nosso inimigo não poupa esforços para desvirtuar alguns do
caminho. Paulo ensina aos tessalonicenses que a apostasia seria um grande sinal
da vinda do Senhor e da presença do anticristo, que reinará por um período de
tempo neste mundo, após Cristo levar sua igreja(2Tessalonicensses 2:3). Tal
apostasia está claramente evidenciada, mas muitos ainda não se deram conta que
a estão vivenciando em seu meio. É a dracma perdida dentro da própria casa (Lucas
15:9). Apostasia esta que se caracteriza por substituir a verdade pela
mentira, supervalorizando os costumes e as tradições em detrimento da
sã doutrina.
Em outro artigo
intitulado “Pregar a Palavra com verdade é nossa responsabilidade”, enfatizei a
respeito do cuidado que nós pregadores precisamos ter ao expor as Escrituras
analisando o texto e contexto para não corrermos o risco de ensinarmos aquilo
que não é a verdade ou irmos além do que está escrito (1Corintios 4:6).
Neste artigo, quero
tratar de um assunto que é muito ensinado nas igrejas, onde a imaginação humana
tem tomado o lugar da hermenêutica no que diz respeito a interpretação de
alguns textos. É o caso dos gafanhotos que está registrado em Joel 1:4,
que diz: “O que ficou da lagarta, o gafanhoto o comeu, e o que ficou do
gafanhoto, a locusta o comeu, e o que ficou da locusta , o pulgão o
comeu". Em algumas traduções os termos lagarta, gafanhoto,
locusta e pulgão são substituídos por: cortador, migrador, devorador e destruidor. Estes
insetos, na interpretação de alguns teólogos da prosperidade passam por
uma espécie de metamorfose diabólica, onde os mesmos acabam por se transformam
em terríveis demônios e que só existe um meio de combatê-los, como veremos a
seguir.
É comum ouvirmos nas
igrejas orações no momento de recolherem as contribuições da seguinte forma:
“...Senhor repreenda o cortador, o
migrador, o devorador e o destruidor das vidas dê seus filhos que vão ofertar e
dizimar para tua obra, amém!”
Seria cômico se não
fosse trágico, pois a ideia que se tem hoje em muitas igrejas é que
não existem seres mais poderosos e terríveis do que estes quatro tipos de
gafanhotos. São mais terríveis até mesmo do que os quatro cavaleiros do
Apocalipse.
Estes quatro
gafanhotos quando transformados em demônios, recebem tanto poder (dos homens)
para agirem na vida do cristão infiel nas suas contribuições, que nem mesmo
Deus, ou o Nome de Jesus tem poder para deter as suas ações. E, infelizmente
não são poucos os que acreditam nessa estória, de forma que estes são coagidos
a contribuír em suas igrejas, às vezes doando até tudo o que possuem por
medo destes “demônios”, em lugar do temor que se deve ao Senhor.
O Espírito Santo
fala-nos por intermédio de Paulo em 1Timóteo 4:1: "Mas o
Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.".
É triste vermos que a maioria dos cristãos por não terem uma percepção exata
das coisas divinas, acabam por abraçar doutrinas de demônios em seus círculos,
sem usarem a razão, questionando se o que fazem está de acordo com a vontade de
Deus ou não. Mas, isso se dá em consequência da falta de um
ensinamento sadio, que possa gerar no crente uma fé genuína a ponto de
estruturá-lo e fortalecê-lo para uma vida vitoriosa e que possa verdadeiramente
agradar a Deus, porque sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.5).
Contribuindo para o
estabelecimento dessas heresias nas igrejas, vemos o descaso de muitos crentes
em relação ao estudo da Palavra, o que os torna fracos e suscetíveis a qualquer
vento de doutrina, principalmente quando tais ensinos procedem de pessoas com
formação teológica (Efésios 4:14). Mas o Espírito Santo já nos advertia que
viria o tempo em que muitos não suportariam a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos,
amontoariam para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; os quais
desviando os ouvidos da verdade voltar-se-iam às fábulas (1Timóteo
4:3,4).
Sã doutrina, quer
dizer uma doutrina sadia que não é fundamentada em tradições humanas e muito
menos em fábulas engenhosamente inventadas(2Pedro 1:16). É o ensino coerente e
santo contido nas Escrituras sem contradições.
As fábulas, segundo
sabemos são estórias ou
uma aglomeração de composições literárias em que os personagens são objetos,
homens e animais que apresentam características humanas, tais como a fala, os
costumes, etc. A estas, se dá tanta ênfase que os incautos passam a acreditar
que seja uma verdade divinamente inspirada e que chegam a considerarem como uma
doutrina sagrada e que a mesma não pode ser contestada.
Acreditando nisso,
muitos chegam ao ridículo de ensinarem tais aberrações em suas congregações, a
ponto de classificarem de hereges os que discordam, não tendo eles a visão que
estão vivendo uma grande heresia e que poderão pagar um alto preço por também ensinarem
aos outros. O Espírito Santo também nos diz que "o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho
da glória de Cristo, que é a imagem de Deus." (2Coríntios
4:4).
E, essa falta de
entendimento tem levado uma grande maioria de crentes a aceitar determinados
modismos e desvios doutrinários, como sendo santos e inspirados. Como exemplo,
temos essa estória dos
quatro terríveis gafanhotos de Joel 1:4. É uma heresia que traz um
ensino demoníaco sagaz e blasfemo em relação à pessoa de Deus e de
Cristo, quando se crê e se defende que estes gafanhotos são demônios que não poupam o
crente, quando por algum motivo, este não contribue com seu dizimo a sua
organização religiosa e também que não existe oração, jejum e nem mesmo o Nome
de Jesus seja capaz de repreender tais demônios. Tal heresia é declaradamente
uma doutrina de demônios dentro das igrejas cristãs, pois acreditando-se nestas
fábulas, ridicularizam a pessoa de Jesus a quem deveriam honrar, pondo-o como
impotente diante do deus "mamom", que segundo a crença, só quem tem o
poder de expulsar esses demônios da vida do infeliz é o ato de dizimar e
ofertar, que no caso seria dar dinheiro para aplacar a ira desses “demônios
cruéis”.
Como um abismo chama
outro abismo, essa heresia também ensina que Deus poderia ter um exército de
demônios a seu serviço para agir destruindo sem misericórdia a vida do infiel,
pois Joel 2:25 diz que estes gafanhotos é um grande exército do
Senhor que Ele enviou contra o povo de Israel com o fim de prová-los, quanto
sua infidelidade. Levando este texto ao pé da letra, de acordo com que ensinam
distorcidamente, o povo é levado a cre que Deus teria demônios a seu serviço
infiltrado nas fileiras de santos anjos, o que seria uma contradição.
O perigo de se fazer
tais interpretações é que tais ensinos levam o crente a apostatar da fé,
justamente pelo motivo que o mesmo passa a rejeitar a soberania de Deus, não
levando em conta o amor, a justiça e a misericórdia de Deus. Partindo desse
ponto, tais crentes começam a exumar leis e preceitos que por Cristo foram
abolidos na cruz, negando que o sacrifício de Cristo tenha sido suficiente para
salvá-los. Dessa forma, passam a ensinar um “outro evangelho” onde o amor e a graça de Deus não são
suficientes (2Cor 11:4; Gl 1;6-9). E, inconscientemente, começam a atrair
maldições, visto que procuram complementar a obra de Cristo com seus próprios
esforços e que não são mais que obras da carne, quais são preceitos humanos
e/ou tradições meramente humanas (Gl 3:10).
A igreja de Cristo
precisa lutar contra essa ameaça e nunca esquecer que pela falta de fé, uma
geração pereceu no deserto (Hb 3:17). Quando o Senhor voltar para
buscá-la, espera encontrar fé na terra e por isso, é nosso dever batalhar pela fé
que uma vez foi dada aos santos, rejeitando esses modismos, ainda que
com prejuízos (Jd 3).
Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lucas 18:8).
Irmão messias
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