ÚLTIMA SÚPLICA DO SENHOR JESUS
Com grande veneração, o Corpo
de Cristo ora, louva ou canta, medita e silencia o que deve ser silenciado.
Contemplem estas palavras, tão sublimes e sagradas de um homem que, com muita
fadiga, mal conseguindo respirar, nos deixou como um legado de exemplo, e
sacrifícios.
“Pai, perdoa-lhes porque eles
não sabem o que fazem!” Lucas 23,33-34.
Não é aos soldados que Jesus
se refere. Eles estão preocupados em jogar os dados para ver qual deles ficará
com a túnica. Apenas executam ordens!
Em plena missão, Jesus já nos
orientava ao perdão: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
orai pelos que vos perseguem” Mateus 5,44-48.
Desde o seu nascimento, o
Filho de Deus já incomodava, e Herodes buscava uma forma de matá-lo.
ÚLTIMA PROMESSA AINDA COM VIDA
“Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no paraíso!” Lucas 23,39-43
Junto a Ele, mais dois
condenados ao suplício. Um, que nada tem a perder, suspenso à cruz o recrimina
dizendo: “ Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”.
O outro, temente a Deus, que
soube reconhecer no Cristo a sua natureza divina, disse a Jesus: “Lembra-te de
mim quando estiveres no teu Reino!”
Acredito que todos nós
gostaríamos de fazer parte de uma organização que fala e administra um reinado.
É um desejo e uma aspiração humana a alcançar.
Jesus, iniciando a sua missão
após o batismo no rio Jordão, irá concluí-la com o batismo do sofrimento no
lenho da cruz. Hoje estarás comigo no paraíso.
DEUS DISSE À MARIA, PELA BOCA
PRÓPRIO FILHO:
“Mulher, este é o teu filho,
eis aqui a tua mãe!” João 19, 25-27.
Desde a apresentação do Menino
Jesus no Templo, o ancião Simeão diz para a Virgem Maria que esteja preparada
para o sofrimento que deveria enfrentar: “uma espada transpassará o teu
coração”.
Ela não tinha noção de tão
grande sofrimento que iria sofrer. Como boa mãe biológica e espiritual
acompanhou o seu Filho sempre: no exílio, no Templo, em Nazaré, também durante
a vida missionária terminando aos pés da cruz.
Disse Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que fazem a vontade do meu Pai”. Sem dúvida que Jesus cuidou da Virgem Maria, uma vez que São José faleceu e ela ficou viúva.
Disse Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que fazem a vontade do meu Pai”. Sem dúvida que Jesus cuidou da Virgem Maria, uma vez que São José faleceu e ela ficou viúva.
Mulheres junto a cruz: Virgem
Maria, Verônica, Maria Madalena, Maria de Cleófas e também o discípulo
amado. Todos acompanharam a via dolorosa de Jesus até o Gólgota, estando
presente na hora da crucifixão para logo poderem socorrer, prestar um serviço
no que fosse necessário.
Na cruz, Jesus pede ao
discípulo para cuidar da sua mãe. “Eis aí a tua mãe. Mulher , eis aí o teu
filho!!”.
ÚLTIMA EXCLAMAÇÃO DE JESUS
CRISTO VISIVELMENTE NO MUNDO
“Eli, Eli, lammá sabactani!
Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste? Mateus 27, 46 e Marcos 15,34.
A quarta feira da Semana Santa
é conhecida como noite de trevas na tradição popular.
Quantas noites de agonia, de
insônia, nós já passamos, quantos problemas já foram adiados… A angústia nos
traz uma preocupação justa, humana, legítima. O clamor de desespero de um pai,
uma mãe, um filho, um amigo, até de pessoas estranhas. Meu Deus, por que tem
que ser assim? Será que o nosso sofrimento se iguala ao de Cristo? Não somos
dignos de nos compararmos ao sofrimento do Senhor Jesus, mas completamos esta
dor nas nossas vidas.
Na cruz, quase tudo está
consumado. Cristo pergunta ao Pai: por que me abandonastes?
A oração do Salmos 22,
1-3/17-22 nos lembra a oração de um inocente, de alguém que é tomado pela
angústia, pelas injustiças. A nossa confiança, é que o bem sempre prevalecerá
sobre o mal.
Na noite no Getsêmani – Lucas
22, 41-44.
“Pai, se quiseres afastas de
mim esta taça…no entanto, não se faça a minha vontade, mas a tua”
Um anjo é que vem confortá-lo
e assim Jesus vai dar início a sua dolorosa paixão. Virá a prisão e será
levado à casa do Sumo Sacerdote.
Isaías 53, 3-5 e 7: 3.
Desprezado e rejeitado pelos homens, homem do sofrimento e experimentado na
dor; como indivíduo de quem a gente esconde o rosto, ele era desprezado e nem
tomamos conhecimento dele. 4. Todavia, eram as nossas doenças que ele
carregava, eram as nossas dores que ele levava em suas costas. E nós achávamos
que ele era um homem castigado, um homem ferido por Deus e humilhado. 5. Mas
ele estava sendo transpassado por causa de nossas revoltas, esmagado por nossos
crimes. Caiu sobre ele o castigo que nos deixaria quites; e por suas feridas é
que veio a cura para nós. 7. Foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca;
tal como ovelha muda diante do tosquiador, ele não abriu a boca”.
“Houve trevas na face da terra
por três horas”. Começa a agonia de Jesus. Ele sabe também que o fim já está
chegando.
Começa uma luta entre a vida e
a morte, sobretudo pela falta de ar, uma luta do corpo físico com o sofrimento.
ÚLTIMA EXCLAMAÇÃO COMO HOMEM
DESTE MUNDO
“Tenho sede! João 19,
28-29
Depois, sabendo Jesus que tudo
estava consumado, disse para que se cumprisse a Escritura: “Tenho sede!”.
É a segunda vez que Jesus pede
água para beber. Na primeira vez devemos lembrar: Ele está sentado junto ao
poço de Jacó ao meio dia (Jo 4, 6-7). Jesus pediu água a uma mulher samaritana.
Mas Ele é judeu! Porém Ele diz para a mulher da Samaria: “Dá-me de beber, tenho
sede”!
No processo do julgamento não
deram nada para Ele se alimentar. Cansado, com fome, desidratado, exausto pelos
maus tratos, tortura, zombarias, e o próprio peso da cruz.
Tenho sede!! A sede de Jesus é
uma sede física.
Quando Nosso Senhor Jesus
crucificado na cruz diz: tenho sede, devemos pensar que com todo peso do seu
corpo, depois de ter perdido grande quantidade de sangue, sejam pelos açoites
que levou na coluna ou com a coroa de espinhos, os vasos capilares perderam
muito sangue. Como recita o Salmo 22, 16: “minha força secou como argila, e
minha língua se cola ao paladar”.
Da forma que os crucificados
eram torturados, com a perda de líquido e sangue, o corpo fica desidratado, a
febre toma conta do organismo, os lábios e a boca secam.
A refeição do Senhor foi na
noite anterior, na noite da Santa Ceia.
Chegando ao Gólgota, deram-lhe
de beber vinho misturado com fel (o fel é uma bebida intragável). Ele, tendo-o
provado, não quis beber. Mt 27, 33-34.
Porém na hora da agonia, bebeu
vinagre . Jo 19, 28-30.
As três horas da tarde da
Sexta feira Santa, pregado no lenho da cruz, Ele está incapacitado de poder
beber, pois mãos e pés estão pregados e os braços atados!
O Salmo 69, 22, diz: “ Como
alimento me deram fel e na minha sede me deram vinagre.”. Assim cumpriu-se a
Escritura.
O soldado com uma esponja deu
para Ele beber vinagre! Será que ele fez isso erradamente? Não, ele ajudou a
diminuir a dor do seu sofrimento!
ÚLTIMA CONFIRMAÇÃO DO SEU
LIMITE FÍSICO
Tudo está consumado! João
19,30
Quando Jesus bebeu o vinagre,
disse: “Tudo está consumado” . João 19, 30.
Ele carregou sobre seus ombros
o sofrimento e as tragédias dos homens.
A missão que o Pai lhe confiou
chega ao seu término. João 17, 3-5 – “3. Ora, a vida eterna é esta: que eles
conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que tu enviaste, Jesus Cristo.
4. Eu te glorifiquei na terra, completei a obra que me deste para fazer. 5. E
agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha junto de ti
antes que o mundo existisse”.
Não obstante, é bom lembrar
quando ainda no Getsemani, Jesus externa a dificuldade de beber o cálice. Lucas
22, 42 – “Pai, se queres, afasta de mim este cálice. Contudo não se faça a
minha vontade, mas a tua!”.
A oração no Monte das
Oliveiras! Aconselhável ler o texto: Lucas 22, 39 – 46.
No momento da prisão, Pedro
tem uma atitude de defesa a favor de seu Mestre. Jesus pede aos discípulos para
não opor resistência. Diz para Pedro que o seu gesto de violência não irá
empatar a missão que tem a concluir. João 18, 11-12: 11. Mas Jesus disse a Pedro:
“Guarda a espada na bainha. Por acaso não vou beber o cálice que o Pai me deu?
12. Então a tropa, o comandante e os guardas das autoridades dos judeus
prenderam e amarraram Jesus”.
João 16, 28 – “ Eu saí de
junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai”.
Cristo Jesus na imolação da
sua vida na cruz, como o cordeiro vítima para o sacrifício, oferece-se
por amor pela humanidade inteira.
O profeta Isaías 53, 7- 8
disse: 7. “ Foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; tal como cordeiro,
ele foi levado para o matadouro; como ovelha muda diante do tosquiador, ele não
abriu a boca. 8. Foi preso, julgado injustamente; e quem se preocupou com a
vida dele? Pois foi cortado da terra dos vivos e ferido de morte por causa da
revolta do meu povo”.
A vítima foi o cordeiro de
Deus, vítima inocente que carregou sobre si o pecado do mundo.
Podemos imaginar que após
estas palavras: “tudo está consumado!”, tenham pensado as autoridades
religiosas e os que assistiram a crucifixão, que tudo tinha acabado ali. Este
homem não será mais um problema no meio de nós, tudo está terminado. Pode ser
até um revanchismo. Ele não é mais o problema…Mas em Cristo Jesus esta sentença
executada é uma vitória. Lucas 24, 44-48.
ÚLTIMO PEDIDO AO PAI COMO
FILHO DO HOMEM
“Pai, em tuas mãos entrego o
meu espírito!” Lucas 23, 46.
Mateus 11, 25-27: “Naquele
tempo, Jesus disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque
escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos
pequeninos. 26. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27. Meu Pai entregou
tudo a mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai,
a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar”.
O Salmo 31, 1-6, nos diz:
2. Senhor, eu me abrigo em ti:
Que eu nunca fique
envergonhado.
3. Inclina teus ouvidos para
mim!
Vem depressa, libertar-me!
Sé para mim um rochedo forte,
Uma fortaleza que me salve;
4. Pois o meu rochedo e
muralha és tu;
Guia-me por teu nome,
conduze-me!
5. Tira-me da rede que armaram
para mim,
Pois tu és a minha fortaleza.
6. Em tuas mãos entrego o meu
espírito.
No Getsêmani, Nosso Senhor
poderia ter evitado a prisão e ter agido como Filho de Deus, porém a hora do
Senhor está chegando e foi nesta hora que ele foi levado como cordeiro ao
matadouro.
Voluntariamente, agora,
entrega sua vida ao Pai.
O sofrimento humano que passou
no meio de nós já não será mais vivenciado por ele. Após sua morte Deus Pai o
ressuscitou.
A morte de Cristo foi uma
morte diferente. Muitos outros como Jesus Cristo foram crucificados. A sua
morte é oblativa. É um ato de doação, é dar a vida.
Não é qualquer um que está
doando sua vida. Considerando que existem muitos homens cristãos e mulheres
cristãs que se doam em sacrifício pelo bem da humanidade, todos eles tem seus
méritos.
Mas Cristo Jesus é o Filho de
Deus, é uma pessoa divina que se entrega ao Pai pela salvação de muitos e como
nos diz em Jo 10, 17-18:
17. O Pai me ama, porque eu
dou a minha vida para retomá-la de novo. 18. Ninguém tira a minha vida; eu a
dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o
mandamento que recebi do meu Pai”.
Quando Jesus morreu na cruz, o
cosmo e a natureza reagiram: houve terremoto, o véu do Templo se rasgou em
dois. Também houve um furacão e o céu, por um tempo, ficou negro de tantas
nuvens acumuladas que logo desabaram em forte aguaceiro acompanhado de trovões
e relâmpagos!
Deus Pai é o Pai de Jesus. Em
Jesus todos nós somos irmãos, portanto temos o mesmo Pai. Que o Espírito de
Deus nos ajude a por nossa vida nas mãos deste nosso Pai, e que durante esta
quaresma possamos acompanhar a Nosso Senhor Jesus Cristo na sua via sacra, na
via dolorosa da sua paixão.
Irmão messias
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