A chikungunya ou Chicungunha, é uma doença viral
transmitida por mosquitos, detectada primeiramente durante um surto no sul da
Tanzânia em 1952. O nome vem do idioma africano "maconde" e significa
“inclinou-se ou contorceu-se de dor”, referindo-se à aparência dos pacientes.
Hoje, a chicungunha (Chikungunya) já foi identificada em mais de 60
países na Ásia, África, Europa e nas Américas. Os mosquitos vetores da
chikungunya se espalharam pela Europa e Américas nas últimas décadas. Em 2007,
a transmissão da doença foi relatada pela primeira vez durante um surto no
noroeste da Itália. Desde então, surtos também foram registrados na França e na
Croácia.
Nos continentes americanos, o número de casos reportados até 2015 era de
37.480 e o de suspeitas era de 693.489, sendo 356.079 na Colômbia.
A letalidade da chikungunya, segundo a Organização Pan-Americana da
Saúde, é rara, sendo menos frequente que nos casos de dengue. Por outro lado, a
doença gera um grande impacto social por causa do alto número de casos; da incapacidade
de trabalhar, às vezes, a longo prazo; das consequências dos efeitos colaterais
de medicamentos inapropriados; e das consequências da não obtenção de um
diagnóstico preciso.
1ª Causa - A chikungunya é causada
por um vírus, transmitido para humanos por mosquitos infectados do gênero
Aedes, sendo o Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes
Albopictus os principais vetores.
2ª Causa – Sintomas: A chikungunya causa febre e graves
dores nas articulações. Outros sintomas incluem dor muscular, dor de cabeça,
náusea, fadiga e erupção cutânea.
A dor nas articulações é, por vezes, debilitante e pode ter duração
variada. A maioria dos pacientes se recupera completamente, mas, em alguns
casos, a dor nas articulações pode persistir por diversos meses, ou até mesmo
anos.
3ª Causa – Prevenção: Não há nenhuma vacina comercial para a
chikungunya.
A proximidade dos locais de reprodução do mosquito das habitações
humanas é um fator de risco significativo para a chikungunya. Para evitar a
transmissão do vírus, é fundamental que as pessoas reforcem as ações de
eliminação dos criadouros dos mosquitos. As medidas são as mesmas para o
controle da dengue, ou seja, verificar se a caixa d’água está bem fechada; não
acumular vasilhames no quintal; verificar se as calhas não estão entupidas; e
colocar areia nos pratos dos vasos de planta, entre outras iniciativas desse
tipo.
4ª Causa – Tratamento: Não há
nenhum tratamento específico com medicamentos antivirais para a chikungunya. O tratamento
é direcionado principalmente para aliviar os sintomas.
5ª Causa – Atividades: Em maio de 2016, durante a epidemia
da doença no Quênia, MSF enviou equipes médicas adicionais para ajudar na avaliação
e monitoramento dos pacientes e para apoiar o Ministério da Saúde do país no
fornecimento de atendimento ambulatorial a pacientes com chikungunya.
A epidemia foi controlada dois meses depois. No país, MSF tratou cerca
de 1.150 pacientes, distribuiu cerca de 3.400 mosquiteiros e doou mais de 4.100
telas.
Ainda em 2016, outras atividades também foram realizadas por MSF para
conter a doença na cidade de Tegucigalpa, em Honduras, e em Bengala Ocidental,
na Índia.
Esta página foi atualizada em fevereiro
de 2018.
O trabalho de MSF envolve uma grande variedade de atividades, desde a
organização de campanhas de vacinação até cirurgias reconstrutivas. MSF também
pressiona para que medicamentos de qualidade cheguem às populações que não
podem arcar com os altos custos de certos tratamentos.
Nós atravessamos uma ponte estreita feita de tábuas antigas corroídas
pelo tempo e pela água salgada, rodeada por casas humildes e austeras. Essa é
Tumaco, uma cidade no sudoeste do departamento de Nariño, na Colômbia, onde o
estado geral de abandono é claramente visível. As pessoas nos recebem com
interesse, querendo saber sobre essa doença chamada chikungunya, cujo
nome exótico vem do idioma africano maconde – ela foi detectada pela primeira
vez na Tanzânia, em 1952 – e significa “inclinou-se ou contorceu-se de dor”,
referindo-se à aparência dos pacientes que se inclinam por causa da dor nas
articulações que a doença provoca.
Esse vírus pouco conhecido causa febre alta e graves dores nas
articulações depois que se é mordido por um mosquito infectado. Na Colômbia, a
doença já afetou 208.044 pessoas em 2015, de acordo com os Institutos Nacionais
de Saúde. Os primeiros casos foram registrados em setembro do ano passado.
A equipe da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras
(MSF) e do Instituto de Saúde do Departamento de Nariño continuam suas visitas
nesse bairro improvisado para gerar conscientização sobre a doença entre os
moradores. A equipe vai de casa em casa, instruindo as pessoas a cobrir
alimentos e a água potável e retirar itens que podem ser danificados quando
elas deixam suas casas por, pelo menos, meia hora, para que, então, os objetos
possam ser pulverizados.
Em uma humilde residência, uma senhora idosa que está deitada em sua
cama, sozinha, angustiada, com olhar triste e de dor, nos conta que ela está
sofrendo há um mês: “Desde o mês passado, estou arrastando meus pés quando ando
pela casa, como se eles fossem feitos de ferro, e, todos os dias, eu acordo com
uma nova e intensa dor. Durante todo esse tempo, não houve um dia em que eu não
tenha tido febre, minha cabeça não tenha doído ou eu não tenha acordado com
mãos e tornozelos inchados. Eu também sofro com dores nos ombros, joelhos e
pescoço, e coceiras por todo o meu corpo. Mas o que mais me deixa em pânico é a
descamação que tenho nas solas dos meus pés e cotovelos, como se eu fosse um
peixe”. Esses são os sintomas da chikungunya, que acumulou 930 casos em Nariño
desde 2014, embora o número, provavelmente, seja muito mais alto, já que muitos
infectados não são diagnosticados, na medida em que eles não fazem um teste
específico.
A pulverização manual para controle do vetor nos bairros mais
vulneráveis, onde as casas são construídas na forma de palafitas sobre a água,
foi realizada em 10 mil domicílios, protegendo cerca de 50 mil pessoas. Além da
pulverização, MSF tem treinado profissionais médicos de emergência em diversos
hospitais em diagnóstico clínico, tratamento e relatos epidemiológicos. A
equipe de MSF também explicou aos farmacêuticos sobre as complicações da má
gestão e a necessidade de encaminhar o paciente para centros de saúde.
Na cultura colombiana, o farmacêutico desempenha um papel fundamental,
na medida em que ele é a pessoa que os pacientes se sentem próximos e
confortáveis para chamar, porque confiam nele, enquanto o médico é tido como
uma figura distante e inacessível. Essa situação é mais evidente em Tumaco, em
parte por causa da dificuldade de acesso a cuidados de saúde. Nas farmácias
locais, as pessoas encontram uma resposta eficaz e imediata a uma grande
porcentagem de seus males menores.
Com a epidemia de chikungunya, as pessoas sentem que as longas esperas
no departamento de emergência, para depois apenas retornarem para suas casas
com uma dose de acetaminofeno (paracetamol), não justificam o sacrifício de
passar por esse tormento, e elas estão buscando medicamentos alternativos para
suas dores graves. Infelizmente, nesse caso, há pouco conhecimento sobre a
doença, na medida em que é uma nova enfermidade em nosso país para farmacêuticos
e profissionais de saúde. E também para a população, que atribui a dor à
“poluição do ar”, “à água”, “Deus está nos punindo”, ou “às sete pragas”, entre
outras justificativas.
Essa doença gera um grande impacto social por causa do alto número de
casos; da incapacidade de trabalhar, às vezes, a longo prazo; das consequências
dos efeitos colaterais de medicamentos inapropriados; e das consequências da
não obtenção de um diagnóstico preciso. Portanto, outro elemento da resposta de
MSF tem sido a doação de 600 testes para ajudar no diagnóstico dessa doença
emergente e a ajuda aos pacientes para que recebam o tratamento apropriado.
Chikungunya é uma doença viral transmitida
para humanos por mosquitos infectados. Ela causa febre e graves dores nas articulações.
Outros sintomas incluem dor muscular, dor de cabeça, náusea, fadiga e erupção
cutânea. A dor nas articulações é, por vezes, debilitante e pode ter duração
variada. A maioria dos pacientes se recupera completamente, mas, em alguns
casos, a dor nas articulações pode persistir por diversos meses, ou até mesmo
anos. Alguns aspectos clínicos da doença são semelhantes aos da dengue, e ela pode ser
diagnosticada incorretamente em áreas onde a dengue é comum. Não há nenhum
tratamento específico com medicamentos antivirais para a chikungunya. O
tratamento é direcionado principalmente para aliviar os sintomas. Não há
nenhuma vacina comercial para a chikungunya. A proximidade dos locais de
reprodução do mosquito das habitações humanas é um fator de risco significativo
para a chikungunya. A doença foi identificada em mais de 60 países na Ásia,
África, Europa e nas Américas, e ocorre na África, Ásia e no subcontinente
indiano. Nas últimas décadas, os mosquitos vetores da chikungunya se espalharam
pela Europa e Américas. Em 2007, a transmissão da doença foi relatada pela
primeira vez durante um surto no noroeste da Itália. Desde então, surtos também
foram registrados na França e na Croácia.
Transcrição por: Manoel Messias Santos.
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