ENOQUE
(antepassado de Noé)
Fonte: Wikipédia.
Enoque –
חנוך, Chanoch ou Hanokh – é o nome dado a uma das personagens bíblicas mais
peculiares e misteriosas das Escrituras. Nasceu, segundo os escritos judeus, na
sétima geração depois de Adão, sendo filho de Jarede, e pai de uma outra
personagem, Matusalém.
De
acordo com a tradição escrita hebraica denominada Tanakh, relatada em Gênesis, capítulo 5, versos
22-24, Enoque teria sido arrebatado por Deus para que não experimentasse a
morte e na certa fosse poupado da ira do dilúvio:
“E
andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos, e gerou
filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco
anos. E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o
tomou.”
Há
dois aspectos extraordinários no relato de Enoque, enfocados nesses versículos,
que não foram enfocados em outras gerações: as indicações do texto de que ele “andou
com Deus” e o fato que, supostamente, ele não teria morrido, pois “Deus
para si o tomou”. Estes relatos foram a origem de muitas fábulas, lendas emidrashim (estudos
rabínicos mais aprofundados) de sábios judeus ao longo de séculos. Muitos deles
se incomodaram muito pelo fato que Enoque "só" vivera 365 anos, uma
curta duração de vida para sua época, de acordo com o livro de Gênesis.
Sobre
este personagem bíblico existem também os livros apócrifos pseudoepígrafos: “Livro
de Enoque I” e o “Livro de Enoque II, que fazem parte do cânone
de alguns grupos religiosos, principalmente dos cristãos da Etiópia”, mas que foram
rejeitados pelos cristãos e hebreus, por serem
particularmente incômodos para os clérigos do ponto de vista político. Todavia,
a epístola
de Judas, no Novo Testamento bíblico,
faz uma menção expressa ao Livro de Enoque, fazendo uma breve citação nos
versos 14 e 15 de seu único capítulo.
De
acordo com o relato contido em Gênesis sobre a idade
dos patriarcas, Sete e
seus filhos ainda viviam quando Enoque foi tomado por Deus, bem comoMatusalém e Lameque.
Enoque
segundo os rabinos
Rashi – um dos maiores comentaristas e
intérpretes das Escrituras entre
os sábios judeus – por exemplo, escreveu que "e andou Enoque – era
justo e inocente em seus pensamentos, não sendo acusado em coisa alguma, por
isso apressou-se o Eterno, Bendito seja Ele, em removê-lo desta Terra e matá-lo
antes do tempo previsto, e esta é a razão de estar escrito, em relação a sua morte,
וְאֵינֶנּוּ, “veeinenu” – pois “não havia mais ele” no neste mundo no propósito
de cumprir seus anos de vida, porque לָקַח אֹתוֹ, “laqach otô” – “tomou para si
(Deus)” antes do tempo.".
Em
contraste com Rashi, outro comentarista
bíblico - Levi ben Gershom - filosofou que “eis
a causa a este fato de não ser lembrada a sua morte neste evento, contrariando
os outros descendentes seus cujas mortes foram lembradas, insinuando alguma
diferença entre ele e as outras personagens bíblicas: ele fez paz com sua alma
e chegou a ela em sua perfeição, e as aquelas outras personagens morreram sem
vontade, relutantes com a suas mortes.”. Isto significa que Enoque chegou a
perfeição em sua “breve” vida, não sobrevivendo mais aqui, mas sendo tomado
pelo próprio Deus."
Os
sábios judeus, de abençoada memória, comentaram que “em todas as situações o
sétimo é preferido [...] nas gerações: Adam, Seth, Enosh, Kenan, Mehallel,
Jered, and Enoch - e entre estas todas “Enoque andou com Deus” (Gen 5:24);
Entre os patriarcas, o sétimo é o preferido: Abraham, Isaac, Jacob, Levi,
Kehath, Amram, e Moisés:
e Moisés subiu para Deus (Ex 19:3)”. – (Peskita de Rab Kahana: cap. 23).
De
acordo com o Targum
de Yonatan – tradução para o aramaico das Escrituras hebraicas
– Enoque tinha se elevado ao céu ainda em vida e teria se transformado no anjo Metatron. O versículo
“porque andou (Enoque) com Deus” no Targum de Yonatan: “E
não esteve mais (Enoque) entre os habitantes da terra, pois foi tomado e subiu
para os céus, pelo comando do Eterno (se fez isso), e chamou seu nome de
Metatron, o Grande Escriba.”
De
acordo com outro midrash,
Enoque esteve entre o seleto grupo dos que entraram no paraíso celeste,
indicando os que tiveram esta oportunidade - “nove foram os que entraram em
vida no Jardim do Éden celestial, e estes são: Enoque, filho de Jarede, e Elias (profeta), e o Messias, e Eliezer, servo de Abraão, e Hiram, rei de Tiro, e o servo do rei de Cuche (Etiópia), e
Yaabetz, filho de Rabbi Yehudá o Príncipe, e Batiah, filha de Faraó, e Sarah,
filha de Asher, e há os que afirmam também que Rabbi Yehoshua ben Levi.”
Visão
Muçulmana
No Alcorão ele é o
profeta predecessor de Nuh (Noé). Idris
é reconhecido por ter aprendido muitas habilidades ou por ter inventado coisas
as quais a humanidade actualmente usa como a escrita, a matemática, a astronomia, etc. De acordo
com a tradição islâmica, na época de Idris as pessoas se tinham esquecido de
Deus e o mundo foi por isso punido com a estiagem. Contudo, Idris orou pelos
seres humanos e começou a chover, acabando com a estiagem.
De
acordo com o livro "The Prophet of God Idris: Nabiyullah Idris"
("Idris o Profeta de Deus: Nabiyullah Idris" ), Idris é o nome
alcorânico de Enoque. Ele é mencionado no Alcorão como preferido por Deus, que
o elevou até Ele (no livro de Enoch da Bíblia, preservado pela comunidade
cristã Etíope, pode ler-se que ele foi elevado até o nível da cabeça de Deus);
Idris pediu para voltar novamente para a Terra, para a região de Gizan (atual
Giza no Egito) onde ele lecionou as
pessoas a escrever, e descreveu ter visto em sua jornada as nascentes da água
(a neve nos topos das montanhas, especialmente nas áreas polares) e os
fundamentos por trás da astronomia. Ele descreveu ainda diferentes céus onde
ele viu diabos e jins aprisionados e sendo atormentados pelos anjos, alguns
deles à espera de punição. Ele é o importante profeta entre Adão e Noé. É possível que se tenha construído
pirâmides em reverência a ele, uma vez que esta foi a região onde ele ascendeu
novamente ao céu e nunca mais voltou para sua família. É possível que ele seja
o verdadeiro homem por trás do mito de Osíris, o deus egípcio.
Há
também uma tradição britânica sobre o profeta Idris que afirma que este teria
fundado Caer-Idris [colónia ou cidade de Idris], em algum lugar das ilhas britânicas,
onde se lecionava astronomia. O nome Idris é hoje comum no País de Gales (uma das
quatro nações que constituem o Reino Unido) em memória
desse famoso druida (classe da
sociedade céltica formada por anciões).
Cultura
Popular
Na
Trilogia Fronteiras
do Universo, Enoque é um anjo da alta hierarquia que aprecia os
pecados da carne, tendo sua primeira aparição em A Luneta Âmbar. De acordo,
com os anjos Baruch e Balthamos, foi eleito "Regente" pela Autoridade
e mudou seu nome para Metatron.
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